Nasa muda nome de sede para homenagear primeira engenheira negra da agência
A história de Mary W. Jackson foi contada no livro e no filme "Estrelas além do tempo"
A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) vai renomear sua sede para homenagear Mary W. Jackson, a primeira engenheira afro-americana da agência, que inspirou a história do livro e do filme Estrelas além do tempo (2016).
“Mary W. Jackson fez parte de um grupo de mulheres muito importantes, que ajudou a Nasa a conseguir levar astronautas norte-americanos ao espaço”, disse Jim Bridenstine, administrador da agência, em um anúncio nessa quarta-feira (24).
“Mary nunca aceitou o status quo, ela ajudou a romper barreiras e abrir oportunidades para afro-americanos e mulheres no setor da engenharia e tecnologia.”
O anúncio surge em meio a pedidos por igualdade após a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi assassinado por um policial branco durante uma abordagem em maio. A morte dele desencadeou uma onda de protestos pelo país com pedidos por justiça e pelo fim da brutalidade policial.
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Jackson começou a carreira na Nasa na segregada União de Computação da Área Oeste do Centro de Pesquisa Langley, em Hampton, no estado de Virginia. Matemática e engenheira aeroespacial, ela liderou programas voltados à promoção de mulheres dentro da agência. Jackson se aposentou em 1985 e morreu em 2005, aos 83 anos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou a Lei da Medalha de Ouro no Congresso Figuras Ocultas em novembro de 2019. Jackson, assim como suas colegas afro-americanas Christine Darden, Katherine Johnson e Dorothy Vaughan foram premiadas com Medalhas de Ouro do Congresso. Vaughan e Jackson, que já tinham morrido, receberam o prêmio póstumo.
Todas essas mulheres tiveram sua história contada no livro Estrelas além do tempo, que, mais tarde, se tornou um filme aclamado – no qual Jackson foi interpretada por Janelle Monáe –, detalhando as contribuições das mulheres negras para os primeiros voos aeroespaciais dos EUA.
“Não mais escondidas, continuaremos a reconhecer as contribuições das mulheres, dos afro-americanos e das pessoas de todas as origens que ajudaram a construir a história de sucesso da Nasa”, afirmou Bridenstine.
(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)