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    Monges medievais foram “infectados” por vermes em vida, sugere estudo

    Pesquisadores do Departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge escavaram restos mortais de 19 frades de um antigo convento na Inglaterra

    Arqueólogos da Unidade Arqueológica de Cambridge escavam os restos mortais de frades enterrados nos terrenos do antigo convento agostiniano no centro de Cambridge.
    Arqueólogos da Unidade Arqueológica de Cambridge escavam os restos mortais de frades enterrados nos terrenos do antigo convento agostiniano no centro de Cambridge. Cambridge Archaeological Unit

    Hafsa Khalilda CNN

    Quando pensamos em frades (membro de uma ordem religiosa que, vivendo afastado da sociedade) medievais, podemos imaginar o alegre Frei Tuck de Robin Hood, conhecido por sua figura roliça e amor pela comida e bebida.

    Mas acontece que alguns desses monges estavam cheios de mais do que apenas bolos e cerveja.

    De acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (19), os frades agostinianos na Inglaterra medieval eram quase duas vezes mais propensos a sofrer de parasitas intestinais do que outras pessoas, apesar de a maioria dos mosteiros estar equipada com instalações sanitárias — uma raridade para cidadãos comuns.

    Pesquisadores do Departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge escavaram os restos mortais de 19 frades do terreno de um antigo convento agostiniano em Cambridge, Inglaterra.

    Ao comparar amostras de solo colhidas ao redor das pélvis dos frades e 25 habitantes da cidade de baixo nível socioeconômico da mesma época do século 12 ao 14, os pesquisadores conseguiram comparar a prevalência de parasitas em pessoas com estilos de vida muito diferentes, de acordo com o estudo, publicado no International Journal of Paleopathology.

    A análise revelou que 11 dos monges (58%) estavam infectados com vermes, em comparação com apenas oito dos locais (32%).

    A porcentagem de presença parasitária nos locais foi a esperada, semelhante à encontrada em estudos anteriores sobre enterros medievais europeus, mas os pesquisadores disseram que as taxas de infecção dos restos do antigo convento são altas.

    “Os frades da Cambridge medieval parecem estar cheios de parasitas“, disse Piers Mitchell, principal autor do estudo, em um comunicado à imprensa.

    É a primeira vez que alguém tenta descobrir como os parasitas eram comuns em pessoas com estilos de vida diferentes da mesma cidade medieval, acrescentou.

    Escavação de um frade agostiniano com restos de fivela de cinto de metal in situ / International Journal of Paleopathology / Cambridge Archaeological Unit

    O pesquisador Tianyi Wang, que fez a microscopia para encontrar os ovos do parasita, disse que a espécie mais comum encontrada foi a lombriga, seguida pelo tricurídeo, ambos disseminados por “má higiene”.

    Embora os frades tivessem acesso a latrinas e instalações de lavagem — geralmente com água corrente, embora isso ainda não tenha sido confirmado no local de Cambridge – os pesquisadores sugerem que a grande diferença na taxa de infecção deve ser devido a diferenças no tratamento de dejetos humanos.

    “Uma possibilidade é que os frades adubassem suas hortas com fezes humanas, o que não era incomum no período medieval, e isso pode ter levado a repetidas infecções pelos vermes”, explicou Mitchell.

    Comparado com a latrina — muito chique para os padrões medievais — a que os monges estavam acostumados, as pessoas comuns tinham que se contentar com uma fossa, um simples buraco no chão.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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