Modelo de trabalho híbrido é usado por 56% das empresas no Brasil, diz estudo
Maioria dos colaboradores aponta melhora na produtividade, mas ainda há desafios no sistema que alterna dias de trabalho presencial com dias em atuação remota
O trabalho híbrido — que permite aos profissionais executarem suas funções tanto de maneira presencial, como remota — é modelo de emprego mais adotado pelos brasileiros, de acordo com um estudo do Google Workspace, feito em parceria com a consultoria IDC Brasil.
O levantamento divulgado nesta terça-feira (13) mostra que, em 2022, 56% das organizações atuam com o formato híbrido, ante 44% em 2021.
Neste ano, apenas 25% das empresas permanecem no modelo presencial, contra 29% no ano passado, de acordo com o levantamento. Para a pesquisa, a IDC Brasil entrevistou 1.258 colaboradores de grandes empresas brasileiras de diversos setores e tamanhos, entre 22 de abril e 22 de junho.
Também houve alterações entre os grupos que trabalham apenas de maneira presencial ou remota.
No ano passado, 27% dos profissionais trabalhavam apenas de maneira remota. O dado caiu para 19%, de acordo com a edição mais recente do levantamento.
Além disso, em 2021, o modelo apenas presencial era adotado 29% dos trabalhadores. O dado caiu quatro pontos percentuais na pesquisa atualizada.
Benefícios
Com a ampla adoção do formato híbrido no país, a pesquisa mostra que cresceu também a importância do modelo de trabalho na escolha por um emprego. Para 36% dos entrevistados, é importante que a empresa ofereça um modelo de trabalho que se alinhe às preferências pessoais de trabalho – seja remoto, presencial ou híbrido.
Contudo, o modelo híbrido mais uma vez se sobressai. Segundo o relatório, 65% de quem está trabalhando no presencial mudaria de emprego para ir para o formato híbrido. Enquanto, 54% de quem está no remoto mudaria de emprego para ir ao híbrido.
Entre os colaboradores que estão no formato híbrido: 81% declara que o modelo aumenta a capacidade de se adaptarem rapidamente às mudanças que acontecem todos os dias; 76% consideram que a empresa e a chefia estão prontas para ajudar seus funcionários a aproveitarem ao máximo o formato e 73% consideram este o melhor modelo de trabalho para si e para a empresa.
Com relação à produtividade, 58% das pessoas se sente muito produtiva no híbrido em 2022. No ano passado, este número era de 36%.
Desafios
Contudo, o modelo também encontra suas adversidades. De acordo com o estudo, o formato de trabalho híbrido traz a possibilidade de as pessoas se conectarem às reuniões, de diferentes formas e lugares, logo, é importante que as empresas pensem em como tornar a experiência mais fluída e sem atritos.
Dessa maneira, 73% dos participantes consideram que a experiência em reuniões é muito melhor e mais inclusiva quando todas as pessoas estão participando da mesma forma.
O relatório destaca ainda que algumas obrigações sociais não ditas podem impactar colaboradores, uma vez que 43% deles consideram que devem ir para o escritório sempre que sua liderança estiver na empresa.
Outro grande desafio diz respeito à construção de relações de trabalho na empresa. Por mais que o contato humano presencial seja retomado, o híbrido não resolve de uma vez essa tarefa: 46% sentem dificuldade em construir relações com novos membros de um time e com pessoas de outras áreas da empresa quando se trabalha somente alguns dias no escritório.
Separar as atividades pessoais e profissionais quando se está em casa é um dos pontos levantados pelo estudo. A grande maioria, 84%, declara que consegue separar bem as atividades pessoais das profissionais, mesmo nos dias em que trabalham remotamente.
No entanto, os jovens entre 18 e 25 anos sentem mais dificuldade quando o tema é separar as atividades. O relatório mostra que 23% deles afirmam não conseguir equilibrar estes dois aspectos.
Oportunidades
O estudo mostra que a colaboração vem ganhando força dentro das empresas e pode ser um fator para superar os desafios dessa nova fase do trabalho.
Em 2022, 83% dos colaboradores consideram a colaboração como alta ou muito alta na sua área/departamento, contra 68% no ano passado.
Questionados sobre a capacidade de colaborar, 90% dos entrevistados consideram a sua capacidade como alta ou muito alta. Segundo o estudo, “essa percepção coletiva de colaboração só é possível porque as pessoas se sentem, de forma individual, cada vez mais aptas a colaborar”.