Meta, dona do Facebook, anuncia novas demissões nesta quarta-feira
Cortes fazem parte do plano de reestruturação da empresa, após repetidas quedas na receita, aumento da concorrência, preocupações com o número de usuários e grandes perdas em sua divisão de realidade virtual
A Meta, controladora do Facebook, iniciou nesta quarta-feira (19) uma nova rodada de demissões, dessa vez com foco em trabalhadores técnicos, que geralmente são considerados mais imunes a cortes de empregos no Vale do Silício.
O porta-voz da Meta, Nkechi Nneji, confirmou à CNN que algumas demissões anunciadas anteriormente estavam ocorrendo nesta quarta-feira e relembrou o anúncio do CEO Mark Zuckerberg feito em março de que a empresa cortaria outros 10.000 funcionários nos próximos meses.
O aviso de Zuckerberg dizia que reestruturações e demissões nos grupos de tecnologia da Meta ocorreriam em abril. Entre os afetados pelas demissões de quarta-feira estavam membros das equipes de sustentabilidade, bem-estar, experiência do usuário, feed de notícias e mensagens da empresa, de acordo com publicações feitas no LinkedIn.
A Meta supostamente disse aos funcionários para trabalharem em casa na quarta-feira, antecipando as demissões. (A informação não foi confirmada pela CNN de forma independente.)
Membros da equipe de recrutamento da Meta foram notificados sobre demissões adicionais no mês passado, e os cortes nos grupos de negócios da empresa devem ocorrer no final de maio.
As 10.000 reduções de empregos marcam a segunda rodada recente de cortes significativos de empregos na Meta. A empresa disse em novembro que estava eliminando aproximadamente 13% de sua força de trabalho, ou 11.000 empregos, na maior rodada de cortes de sua história.
Em setembro, a Meta informou um número de funcionários de 87.314, de acordo com um registro de valores mobiliários. Com os 11.000 cortes anunciados em novembro e os 10.000 anunciados no mês passado, o quadro de funcionários da Meta cairá para cerca de 66.000 — uma redução total de cerca de 25%.
A Meta disse que as demissões fazem parte de seu “ano da eficiência”, enquanto a empresa tenta reestruturar uma reviravolta após repetidas quedas de receita, aumento da concorrência, preocupações com o número de usuários e grandes perdas em sua divisão de realidade virtual em meio ao pivô para construir o chamado metaverso. Zuckerberg também assumiu a responsabilidade por contratações excessivas no início da pandemia, quando houve forte demanda pelos produtos da empresa e publicidade online, que caiu depois da retomada das atividades presenciais.
Zuckerberg disse no mês passado que, em alguns casos, pode levar até o final deste ano para concluir seus processos de reestruturação de pessoal.
“Ao falar sobre eficiência este ano, eu disse que parte do nosso trabalho envolverá o corte de empregos – e isso servirá tanto para construir uma empresa mais enxuta e técnica quanto para melhorar nosso desempenho comercial para permitir nossa visão”, disse Zuckerberg em seu comunicado de março
A Meta deve divulgar os ganhos dos primeiros três meses de 2023 na próxima semana, durante os quais os analistas de Wall Street esperam que ela registre seu quarto declínio trimestral consecutivo na receita e uma queda de mais de 30% nos lucros. Ainda assim, os acionistas da Meta parecem ter ficado tranquilos com os planos de eficiência de Zuckerberg – as ações da empresa subiram mais de 70% no acumulado do ano até o meio-dia desta quarta-feira.