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    Lua pode ter “virado do avesso” durante formação, diz novo estudo

    História do satélite foi investigada a partir de modelos computacionais e dados obtidos na Missão Apollo

    Giovana Christda CNN

    Pesquisadores da Universidade do Arizona mostraram em um novo estudo que, durante sua formação, a Lua pode ter “virado do avesso”. A partir de um modelo computacional, foi descoberto mais sobre sua possível história e as hipóteses da sequência de acontecimentos.

    Neste estudo, o cruzamento dos dados existentes com as simulações proporcionou uma melhor visualização do formato do satélite. Os avanços obtidos são importantes para um maior conhecimento do satélite quando os astronautas da missão Artemis pousarem nele – o que está previsto para acontecer em 2025.

    Uma possível nova história da Lua

    Cientistas afirmam que a Lua foi formada há 4,5 bilhões de anos, depois que um pequeno planeta colidiu com a Terra e lançou destroços de rocha derretida para o espaço. Esses destroços se solidificaram, formando nosso satélite natural.

    A maior parte do que se sabe sobre a origem da Lua vem de análises das rochas coletadas pelos astronautas da missão Apollo, lançada há mais de 50 anos. Nessas pedras foi possível detectar uma alta concentração de Titânio, o que gerou polêmicas sobre a formação do objeto celeste.

    Os pesquisadores, então, investigaram a composição dos objetos coletados e geraram mais hipóteses sobre o que poderia ter acontecido.

    Por ter se formado de forma rápida e em altas temperaturas, a Lua provavelmente ficou coberta por um oceano de magma e apenas sua crosta foi solidificada, formando a superfície brilhante que conseguimos enxergar. Entretanto, seu interior ainda estava fora de equilíbrio.

    A ideia de que o satélite “virou do avesso” vem da teoria de que o material que estava na parte de dentro se solidificou e desceu para o magma. Depois, teria derretido novamente e voltado à superfície, justificando o Titânio nas rochas.

    “Nossa Lua literalmente se virou do avesso,” disse o coautor do estudo e professor associado do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, Jeff Andrews-Hanna. “Mas há pouca evidência física para esclarecer a sequência exata de eventos durante essa fase crítica da história lunar, e muita discordância nos detalhes do que aconteceu.”

    Hipóteses do estudo

    A partir desse conhecimento prévio, o modelo computacional dos pesquisadores foi desenvolvido para cruzar dados e descobrir mais sobre a história da Lua. A comunidade científica quer saber mais sobre a velocidade desses acontecimentos, sua ordem, qual lado se formou primeiro e outras possibilidades.

    No estudo, foi detectado que nosso satélite natural é “torto”, gerando hipóteses sobre as anomalias gravitacionais que enfrentou durante sua solidificação.

    “Pela primeira vez, temos evidências físicas mostrando o que estava acontecendo no interior da Lua durante esta fase crítica de sua evolução, e isso é realmente empolgante”, disse Andrews-Hanna. “Descobrimos que a história mais antiga da Lua está escrita abaixo da superfície e apenas a combinação certa de modelos e dados foi capaz de revelar essa história.”

    Esses novos conhecimentos podem ser úteis quando os astronautas da Missão Artemis pousarem na Lua, em setembro de 2025.

    O estudo foi publicado na Nature Geoscience no dia 8 de abril e pode ser acessado aqui.

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