Lia Bock: Redes sociais podem ser peça no jogo democrático, mas não a principal
Nessa terça, houve uma audiência no Senado dos EUA para discutir sobre como essas empresas se comportaram durante as eleições no país
No Manual do Mundo Moderno desta quarta-feira (18), na CNN Rádio, Lia Bock comentou sobre a influência das redes sociais na política.
Nessa terça (17), houve uma audiência no Senado dos Estados Unidos com os CEOs do Facebook, Mark Zuckerberg, e do Twitter, Jack Dorsey, para discutir como essas empresas se comportaram durante as eleições no país.
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Lia afirmou que existe uma lei nos EUA que determina que essas plataformas, no geral, não são responsáveis pelo conteúdo ilegal que alguém publica nelas. Tal legislação leva à discussão atual sobre a atuação dessas empresas de tecnologia e o fato de que quando elas começam a regular os conteúdos e retiram reportagens do ar, tomam uma decisão editorial.
Ela disse que se discute muito hoje em dia sobre o quanto as redes sociais são responsáveis por checagens ou pelo conteúdo de terceiros que divulgam, o que está relacionado à disseminação de informações falsas.
“O poder dessas plataformas é muito grande e influencia na política, na subjetividade humana, na forma como nós nos vemos, nos posicionamos no mundo. Causam ansiedade, depressão e podem incitar violência”, destacou Lia, acrescentando que existe uma responsabilidade a ser assumida e, talvez, as companhias não estavam preparadas “para esse poder todo”.
“[As redes sociais] podem ser um ator no jogo democrático, mas não podem ser o principal e massivo, acima de tudo”, disse ela.
Lia lembrou ainda que é importante entender como a influência dessas plataformas funciona. Para isso, indicou três documentários sobre o assunto: O dilema das redes (2020), da Netflix, Depois da verdade: desinformação e o custo das fake news (2020), da HBO, e o brasileiro Fora da bolha (2020), disponível na plataforma Vimeo.