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    Leilão do 5G: Conheça as 5 novas operadoras de telecomunicações do Brasil

    Empresas focaram em blocos regionais, e se unem a gigantes do setor como Vivo, Claro e TIM

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business , em São Paulo

    O leilão do 5G terminou nesta sexta-feira (5) com um saldo de R$ 46,7 bilhões movimentados e cinco novas operadoras de telecomunicações no Brasil. As empresas arremataram alguns blocos de frequência de transmissão do 5G, a maioria regional.

    Originalmente, o leilão havia terminado com seis novas operadoras, mas a empresa Fly Link anunciou na semana seguinte que desistiu do lote arrematado. Com isso, ela não será mais uma operadora de telecomunicações, e precisará pagar uma multa.

    O setor de telecomunicações no Brasil é dominado hoje por gigantes como Vivo, Claro e TIM. As três arremataram os principais lotes, ligados à frequência de 3,5 GHz, com foco nos nacionais. Com isso, apenas uma nova operadora conseguiu um bloco nacional, com as outras ficando com uma atuação restrita às áreas de cada bloco.

    Além das novas operadoras e das grandes empresas, a Algar Telecom e a Sercomtel também arremataram lotes. As duas já atuam no setor de telecomunicações. Agora, todas as companhias passarão a investir na implementação do 5G a partir das faixas de frequência que obtiveram, com concessão durando 20 anos.

    Conheça as novas operadoras de telecomunicações do Brasil:

    Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A.

    O Grupo Brisanet foi fundado há 23 anos, e está sediado na cidade de Pereiro, no Ceará. A empresa já atua como provedora de internet por meio de fibra ótica, TV por assinatura, telefonia fixa, móvel e por streaming. Ela possui ações na B3, negociadas pelo código BRIT3.

    O foco de atuação é no Nordeste, onde atende 110 cidades em 7 estados, totalizando 790 mil assinantes. Não à toa, a empresa arrematou os lotes regionais do leilão no Nordeste, além de um lote de 3,5 GHz para o Centro-Oeste.

    A empresa arrematou o lote regional de 3,5 GHz para o Nordeste com o maior ágio do leilão, 13.741,71%, no valor de R$ 1,250 bilhão. O ágio do lote do Centro-Oeste também foi um dos cinco maiores do processo, 4.054,27%. O outro lote ligado ao Nordeste é para a faixa de 2,3 GHz.

    Em nota, a Brisanet afirmou que pretende construir a estrutura para levar o 5G não apenas aos municípios com menos de 30 mil habitantes, exigência do edital, mas também para todas as cidades das duas regiões.

    A empresa também diz que inicialmente construirá as estruturas de ligação entre as redes para, até 2026, cumprir a obrigação de levar o 5G para as áreas.

    Cloud2U Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos LTDA

    A Cloud2U pertence ao Grupo Greatek, fundado há quase 30 anos. O grupo atua na área de telecomunicações, ótica e eletrônica, produzindo produtos ligados ao setor, e está sediado em São José dos Campos, São Paulo.

    A empresa se concentrou em arrecadar um lote regional de faixa de frequência de 3,5 GHz que abrange os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A Cloud2U também teve um dos cinco maiores ágios do leilão: 6.266,25%. O valor foi de R$ 405,1 milhões.

    Em nota, o Grupo Greatek afirmou que a rede já estaria apta para receber o 5G a partir de 2024.

    Winity II Telecom LTDA

    A Winity Telecom é a única operadora nova que conseguiu uma concessão nacional. A companhia arrematou o primeiro lote leiloado, de faixa de frequência de 700 MHz, por R$ 1,427 bilhão.

    Controlada pelo Pátria Investimentos, a Winity foi fundada em 2020 e atua como provedora de infraestrutura sem fio, voltada para telefonia móvel e novas tecnologias de conectividade para 4G e 5G. Dentre as obrigações previstas no edital, está a de permitir a conexão 5G em rodovias.

    O objetivo da empresa é investir cerca de R$ 2 bilhões para instalar 5 mil torres de transmissão pelo país até 2029. Além disso, pretende desenvolver um plano de implantação de cobertura celular em modelo de atacado.

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    Consórcio 5G Sul

    O Consórcio 5G Sul arrematou o lote regional de 3,5 GHz voltado para a região Sul. A disputa pelo lote foi uma das mais acirradas do leilão, com mais de 15 lances. No fim, o consórcio saiu vencedor, com um ágio de 1.454,74% e desembolsando R$ 73,6 milhões.

    O consórcio foi criado a partir de uma parceria entre duas empresas de telecomunicações: a Unifique, que atua nos três estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e a estatal Copel, companhia de energia com atuação concentrada no Paraná.

    As responsáveis pelo consórcio possuem ações que são negociadas na bolsa de valores. As da Copel possuem o código CPLE6. A Unifique realizou sua oferta pública inicial, IPO, em 2021, estreando na B3 com papéis negociados pelo código FIQE3.

    As duas empresas vão dividir suas áreas de atuação. O braço de telecomunicações da Copel implementará o 5G no Paraná. Já a Unifique terá os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    Segundo nota, a previsão da Unifique é implementar o 5G em municípios com até 30 mil habitantes até 2029. Ao todo, são 247 municípios em Santa Catarina e 423 no Rio Grande do Sul.

    Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação LTDA

    A Neko Serviços foi a última empresa a se juntar ao grupo de novas operadoras de telecomunicações. Criada em 2021, ela arrematou um lote regional de faixa de frequência de 26 GHz, com atuação no estado de São Paulo.

    Em nota, a empresa afirmou que buscará oferecer o acesso ao 5G para cidadãos, empresas e também para o governo. A principal inspiração para os projetos que serão desenvolvidos, segundo a Neko, é a implementação do 5G no Coreia do Sul.

    A empresa, que é voltada exclusivamente para serviços ligados ao 5G, também precisará cumprir com a obrigação de conectar as escolas da região à internet. O lote foi arrematado por R$ 8,492 milhões.

    Desistência da Fly Link

    A Fly Link foi criada em 2002 e está sediada na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. A empresa atua no fornecimento de internet para linha fixa, por meio de conexão discada e sem fio.

    Além de Uberlândia, a empresa também atua nas cidades de Uberaba, Araguari, Monte Alegre, Ituiutaba, Nova Ponte, Tupaciguara, Catalão e regiões próximas, todas em Minas Gerais. A empresa iniciou recentemente operações ligadas à fibra óptica.

    A companhia chegou a arrematar um lote regional para a faixa de frequência de 26 GHz, por R$ 900 mil. O lote engloba áreas específicas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, previstas no Plano Nacional de Outorgas (PNO).

    Entre as obrigações que a empresa teria que cumprir, previstas no edital, está a de investir para levar o acesso à internet para escolas da região em que atuará.

    Com a desistência da empresa, o lote arrematado passou a ser considerado deserto, já que não recebeu nenhuma outra proposta.

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