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    Lacuna em disco de poeira que orbitava o sol pode ter moldado os planetas, diz MIT

    Estudo liderado por cientista brasileiro do MIT sugere que disco que orbitava o Sol pode ter dividido o Sistema Solar e moldado os planetas

    Raphael Coraccinida CNN , em São Paulo

    Nova análise de meteoritos antigos feita por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de outros centros de pesquisa aponta que a o anel de poeira e gás que circundava o Sol e que foi responsável pela formação dos planetas tinha uma lacuna, que pode ser considerada o limite entre a parte interna e a externa do Sistema Solar, chamada de “fronteira cósmica”.

    Esse limite demarcado dentro desse anel solar primitivo existia, segundo os estudos, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, quando o sistema havia acabado de nascer. Os cientistas ainda não têm certeza, mas ela pode ter sido causada por um vento do Sistema Solar que estava nascendo, fruto da atividade de fortes campos magnéticos que governam os sistemas planetários quando são jovens.

    Outra possibilidade é que tenha havido a interferência de um jovem júpiter e de sua imensa atração gravitacional na separação entre a área interna e externa do Sistema Solar, que teria empurrado o gás e a poeira para sua órbita, deixando uma lacuna no disco solar.

    Esse disco, que viria a se reunir em planetas, pode ter se desenvolvido com essa lacuna, que aparentemente funcionou como uma espécie de barreira invisível, impedindo que o material de cada lado interagisse. A região externa parece ter acumulado muito mais massa do que a região interna.

    Essa separação pode ter dado condições para que, no lado interno do anel, o gás e a poeira se aglutinassem para formar planetas como Terra e Marte. O lado mais distante da lacuna deu condições para a formação de regiões mais geladas e de planetas como Júpiter. A lacuna fica próxima da região conhecida hoje como o cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter.

    “É muito difícil cruzar essa lacuna e um planeta precisaria de muito torque externo e impulso”, diz Cauê Borlina, pesquisador brasileiro do MIT, aluno de pós-graduação da EAPS e autor principal do estudo. “Isso fornece evidências de que a formação de nossos planetas foi restrita a regiões específicas no início do sistema solar”, explicou o brasileiro ao site do instituto americano.

    A descoberta foi baseada nos meteoritos que chegaram à Terra nas últimas décadas e na curiosa diferença entre ambos, conhecida como dicotomia isotópica, quando a formação dos meteoritos diverge integralmente. Os cientistas avaliaram que as duas classes de meteoritos que chegam à terra têm, na maior parte das vezes, formações completamente distintas, o que sugere que vêm de regiões bem diferentes do Sistema Solar.

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