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    James Webb causará revolução no nosso entendimento do universo, diz astrofísico

    Tecnologia poderá revelar novos dados sobre a composição da atmosfera dos planetas, segundo o astrofísico Rogemar André Riffel, da Universidade Federal de Santa Maria

    Lucas RochaEster Cassaviada CNN

    em São Paulo

    Galáxias, estrelas e planetas em cores e com a nitidez com a mais alta resolução já vista pela ciência. Imagens feitas pelo telescópio James Webb, divulgadas nesta semana pela agência espacial norte-americana, Nasa, marcaram a história da astronomia.

    Em entrevista à CNN, neste sábado (16), o astrofísico Rogemar André Riffel, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), comentou os principais avanços da tecnologia.

    “Certamente, o telescópio James Webb causará uma revolução no nosso entendimento do universo como um todo. Não baseado somente nessas primeiras imagens, mas com todos os projetos que serão executados nos próximos dez anos, que é o tempo previsto de funcionamento desse telescópio”, disse.

    De acordo com o especialista, o projeto de grande porte tem entre objetivos centrais, o entendimento da composição da atmosfera dos planetas.

    “Definitivamente, nós estamos entrando em uma nova era da astronomia mundial e diria até mesmo da ciência. As imagens divulgadas têm uma riqueza de detalhes realmente impressionantes, são imagens muito bonitas e junto com essas imagens foram divulgados também os primeiros espectros. Essas duas técnicas, o imageamento e a espectroscopia, são bastante complementares. Elas nos permitem entender como o gás, a poeira, as estrelas estão distribuídos e como se movem no universo”, explicou.

    Riffel afirma que o telescópio poderá revelar novas informações sobre como as estrelas e os sistemas planetários se formam. “Eles se formam em regiões com bastante poeira, então a luz infravermelha consegue atravessar essa poeira”, explica.

    A tecnologia também poderá indicar como as primeiras galáxias e as primeiras estrelas se formaram no universo. “Então, a gente vai ter uma vasta gama de fenômenos físicos que o James Webb irá investigar nos próximos dez anos”, afirma.

    Novas tecnologias

    Os avanços técnicos e científicos alcançados no desenvolvimento do telescópio também refletem em tecnologias que podem ser utilizadas em outras áreas do conhecimento.

    “O desenvolvimento científico e tecnológico que há por trás da construção de um telescópio como o James Webb resulta em tecnologias que a gente passa a utilizar no nosso dia a dia. Um exemplo que gosto de citar é que a técnica utilizada para alinhar o espelho do James Webb já está sendo utilizada em cirurgias dos olhos”, diz.

    (*Sob supervisão de Ludmila Candal)