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    Imagens do robô Perseverance confirmam existência de lago em Marte

    Local fotografado pelo rover atrai o interesse de cientistas pela possibilidade de ter abrigado vida no passado do planeta vermelho

    João Pedro Malarda CNN* , em São Paulo

    O robô Perseverance, que chegou em Marte em fevereiro deste ano, já ajudou os cientistas da Terra a aprofundar teorias sobre o planeta vermelho. Um estudo publicado na revista “Science” em 7 de outubro usou imagens feitas pelo robô para confirmar a existência de um lago.

    O Perseverance explorou a chamada Cratera Jezero. O local atraiu o interesse de cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa) e outros envolvidos na missão pela possibilidade de ter abrigado vida no passado. As imagens mostraram não apenas que o lago existiu na cratera, mas que ele também era alimentado por um rio.

    Segundo o estudo, a existência do lago remonta há bilhões de anos, quando a atmosfera marciana possibilitava o fluxo de água pela superfície do planeta.

    Ele teve grandes variações em seu volume de água ao longo do tempo, mas ainda não se sabe se isso foi causado por enchentes ou mudanças climáticas. O lago secou.

    Além da confirmação importante para os cientistas, as imagens do Perseverance também forneceram informações que devem ajudar na missão de confirmar se Marte já teve vida, mesmo que microscópica.

    Com o uso da supercâmera do robô, foi possível identificar locais com potencial maior para a busca por pedaços de rochas e sedimentos que possam conter componentes orgânicos e outras evidências para a existência de vida.

    A busca por essas evidências faz parte da missão primária do Perseverance, que foi enviado para Marte em 2020. Ele deverá coletar materiais rochosos que serão enviados de volta para a Terra, e então analisados por cientistas.

    O artigo foi o primeiro produzido com dados obtidos pelo Perseverance. Agora, o robô vai se dedicar à exploração dos restos de um delta – um corpo rochoso formado por sedimentos — do rio que passava pela cratera.

    A base desse delta é considerada um local com grande potencial para extração de rochas que podem conter matéria orgânica, segundo cientistas da missão.

    *Sob supervisão de Wellington Ramalhoso

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