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    Fungos serão os últimos de nós? SXSW reúne especialistas para tentar responder

    Os médicos afirmam que mudanças climáticas estão totalmente ligadas à reprodução e mutação dos fungos

    Especialistas em microbiologia falam sobre mudanças climáticas e mutação dos fungos na SXSW
    Especialistas em microbiologia falam sobre mudanças climáticas e mutação dos fungos na SXSW Lucas Lopes/CNN

    Manuella Menezesda CNN

    Austin

    A série “The Last of Us”, da HBO, fez sucesso ao retratar um mundo pós-apocalíptico devastado por uma infecção por fungos. Embora a história seja ficcional, essa ameaça realmente paira sobre o mundo, de acordo com especialistas. Afinal, como disse o físico John Rex no SXSW, há evidências que sugerem que o que causou a extinção dos dinossauros foram justamente eles, os fungos.

    No festival, o painel “Os fungos serão os últimos de nós?” alertou para a cada vez mais alta adaptabilidade desses organismos e como a Inteligência Artificial pode ajudar a combatê-los.

    “Fungos representam um reino de organismos, existem cerca de quatro milhões de espécies deles convivendo conosco diariamente, em todos os ambientes. Mas apenas uma centena causa doenças em humanos”, explicou o especialista.

    No entanto, apesar de serem poucos dentro deste universo fúngico, os que têm esse “poder” também possuem alta capacidade de adaptação e podem nos pegar de surpresa.

    “Há fungos que chamamos de geográficos e causam doenças até então tratáveis, como a valley fever, originária de Bakersfield, no Vale Central, na Califórnia (EUA), ou a sporotrichosis, causada por gatos e que surgiu no Brasil”, afirmou John.

    Ele alertou que, apesar de já existirem formas de combater esses fungos, os agentes dessas patologias podem sofrer mutações e trazer piores consequências. Os fungos também estão reagindo às mudanças climáticas, avançando à frente dos homens quando se trata de suportar altíssimas temperaturas.

    “A mutação dos fungos está totalmente ligada às alterações climáticas. Eles vivem no meio ambiente e, para sobreviver a esses extremos, ficam cada vez mais fortes e difíceis de serem exterminados”. Até mesmo das drogas usadas em hospitais, depois de um tempo, eles conseguem “escapar”.

    Apesar de preocupado, Rex se mostrou otimista quanto a ajuda que a IA pode fornecer nesse combate. “É uma ferramenta que pode pegar os dados de saúde de todos os lugares e ajudar a diagnosticar doenças causadas pelos fungos que podemos nem saber que são causadas por eles, além de cruzar características de lugares e desses microrganismos para prever onde podem “atacar” e já isolarmos a região para evitar que o dano se espalhe”, falou.

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