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    Fóssil de pegada faz dinossauro ir de predador carnívoro a “amigável” herbívoro

    Pegada pertencia a um prossaurópode e não a um Eubrontes como se achava anteriormente

    Megan Marplesda CNN

    Uma pegada de um fóssil de dinossauro encontrada cerca de 50 anos atrás é de uma espécie comedora de plantas – e não de um enorme dinossauro carnívoro como se pensava anteriormente, de acordo com um novo estudo publicado no dia 21 na revista “Historical Biology”.

    A pegada, de cerca de 220 milhões de anos atrás, do Período Triássico, foi inicialmente considerada como tendo vindo de um grande dinossauro da família Eubrontes. É o que conta o principal autor do estudo, Anthony Romilio, assistente técnico na Escola de Química e Biociências Moleculares, da Universidade de Queensland, na Austrália.

    Ele trabalhou com uma equipe de pesquisadores internacionais para reanalisar o fóssil, e descobriu que a pegada pertencia a um prossaurópode, um dinossauro herbívoro. Segundo Romilio, a pegada seria a única evidência física de qualquer prossaurópode da idade Triássica na Austrália.

    O fóssil foi descoberto em uma mina de carvão em Ipswich, uma cidade a oeste de Brisbane, a quase 200 metros abaixo do solo. Os cientistas na época estimaram que a criatura que deixou a pegada tinha pernas de mais de dois metros de altura, o que o tornaria o maior dinossauro carnívoro do período Triássico.

    Romilio não acreditava nisso, em parte por causa da falta de dados consistentes. “Eu sabia desse fóssil há muitos anos e fiquei surpreso por não haver consenso sobre detalhes básicos como o comprimento da pegada ou mesmo sua forma”, contou.

    Pegada do dinossauro do Período Triássico encontrada na Austrália/Divulgação/Dr. Anthony Romil

    Uma indicação de que a pegada veio de um herbívoro como o prossaurópode era o formato dos pés, disse Romilio. Os dinossauros predadores tinham dedos do pé agrupados, mas os dedos do fóssil achado na Austrália estavam separados.

    Nos estudos, conclui-se que o animal de pescoço longo tinha pernas de cerca de 1,4 metro de altura e quase seis metros de comprimento total. O pesquisador acrescentou que o dinossauro provavelmente tinha uma cabeça pequena e andava sobre dois pés.

    Os cientistas que estudaram a pegada no passado não conseguiram examinar o fóssil durante a realização de suas pesquisas, o que os obrigou a tirar suas conclusões com base em fotografias e desenhos.

    Geólogos fizeram moldes de gesso da pegada em 1964, que mais tarde foram transformados em modelos 3D que a equipe de pesquisa estudou, disse o coautor Hendrik Klein, em um comunicado. Klein é um especialista em fósseis no Museu Paleontológico de Saurierwelt, na Alemanha.

    “Quanto mais olhávamos para a pegada e as formas e proporções das impressões dos dedos do pé, menos se assemelhavam a rastros feitos por dinossauros predadores. Este dinossauro monstro era definitivamente um herbívoro muito mais amigável”, contou Klein.

    Os entusiastas de dinossauros podem ter um vislumbre do fóssil de dinossauro no Museu de Queensland, em Brisbane, ou dar uma olhada no modelo 3D online.

    Romilio está investigando outras pegadas de fósseis de dinossauros na China, Coreia do Sul e Estados Unidos para saber mais sobre as criaturas que os deixaram.

    O pesquisador conta que cada dinossauro criou milhões de rastros ao longo de sua vida. Portanto, coletivamente, eles deixaram muito mais pegadas fósseis do que ossos para pesquisar.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês).

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