Facebook impede que usuários na Austrália encontrem ou compartilhem notícias
Primeiro-ministro da Austrália criticou a medida e disse que as empresas de tecnologia não comandam o mundo
O Facebook anunciou uma nova medida que impede usuários e editores da plataforma na Austrália de compartilhar e acessar notícias de veículos locais e internacionais. O anúncio foi feito na quarta-feira (17).
Segundo os Heads do Facebook, a restrição é uma resposta à legislação proposta por parlamentares da Austrália que, segundo a rede social, forçaria as plataformas de tecnologia a pagar os editores de notícias pelo conteúdo.
“O que a lei proposta apresentada na Austrália falha em reconhecer é a natureza fundamental do relacionamento entre a nossa plataforma e os editores”, escreveu Campbell Brown, vice-presidente de parcerias de notícias globais do Facebook, em um blog.
“Ao contrário do que alguns sugeriram, o Facebook não rouba conteúdo de notícias. Os editores optam por compartilhar suas histórias no Facebook”.
“Espero que no futuro possamos incluir notícias para as pessoas na Austrália mais uma vez”, escreveu Brown.
Em uma audiência pública em janeiro, o Facebook já havia sugerido ao Senado autraliano que iria bloquear conteúdos no país, caso o projeto se tornasse lei. O Google também prometeu na mesma reunião a restrição completa do mecanismo de busca na Austrália.
Apesar da ameaça, o Google sinalizou que está seguindo um caminho diferente do Facebook. Antes da rede social anunciar as restrições, a plataforma de buscas estreitou relaçõees com as editoras de conteúdo da Austrália.
Austrália responde às medidas
O primeiro-ministro da Austrália criticou a medida adotada pelo Facebook alegando qua ação afetou “serviços de informação essenciais sobre saúde e serviços de emergência”, por terem sido impedidos de compartilhar informações em suas páginas.
“Eles podem estar mudando o mundo, mas isso não significa que eles o comandem”, disse o primeiro ministro sobre as empresas de tecnologia.
“Essas ações apenas confirmarão as preocupações que um número cada vez maior de países está expressando sobre o comportamento das empresas de Big Tech que pensam ser maiores do que os governos e que as regras não deveriam se aplicar a elas”, escreveu Morrison em um post na sua conta do Facebook.
Nesta quinta-feira (18), o tesoureiro australiano Josh Frydenberg chamou o projeto de lei de reforma importante. Ele disse que as medidas da plataforma prejudicam o país.
“O Facebook estava errado”, disse Frydenberg em entrevista coletiva. “As ações do Facebook foram desnecessárias, foram pesadas e prejudicarão sua reputação aqui na Austrália”, afirmou.