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    Explorador lunar japonês tem futuro incerto após fazer pouso histórico

    Missão pode ser encerrada antes do previsto por um problema nas células solares que geram energia para o módulo

    Simulação do pouso lunar do explorador robótico da missão SLIM
    Simulação do pouso lunar do explorador robótico da missão SLIM Reprodução/X

    Ashley Stricklandda CNN

    O explorador robótico “Moon Sniper” do Japão pousou na superfície lunar, mas a missão pode encerrar prematuramente, uma vez que a célula solar da espaçonave não está gerando eletricidade, informou a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA). A agência disse que está atualmente recebendo um sinal do módulo de pouso, que está se comunicando conforme o esperado.

    A missão não tripulada Smart Lander for Investigating Moon, ou SLIM, pousou pouco depois das 12h20 (horário de Brasília) na sexta-feira (19), de acordo com dados de telemetria compartilhados na transmissão ao vivo da JAXA.

    Atualmente, o módulo de pouso está operando com energia limitada da bateria, esperada para durar apenas algumas horas, e a equipe da JAXA está analisando os dados para determinar a causa do problema na célula solar e os próximos passos para o módulo. É possível que o problema na célula solar ocorra devido ao fato de a espaçonave não estar apontando na direção pretendida, afirmaram os oficiais da JAXA.

    Há esperança de que, à medida que o ângulo solar mude na Lua, a célula solar possa ser capaz de se recarregar novamente, mas isso pode levar algum tempo e dependerá se o SLIM pode sobreviver à noite lunar gélida, compartilhou a equipe durante uma coletiva de imprensa.

    A agência acredita que a missão atendeu aos critérios para ser declarada um “mínimo sucesso”, pois a espaçonave alcançou um pouso lunar preciso e suave usando navegação óptica. O pouso faz do Japão o terceiro país neste século e o quinto na história a pousar na Lua.

    Quando questionado sobre a pontuação da operação de pouso para o SLIM, o diretor-geral da JAXA, Hitoshi Kuninaka, deu um “60 de 100”, mencionando que é conhecido por fazer “comentários rigorosos”.

    A equipe também está trabalhando para reunir todos os dados científicos obtidos pelo módulo de pouso.

    O módulo de pouso foi capaz de liberar seus dois rovers lunares, LEV-1 e LEV-2. O rover LEV-1 se move usando um mecanismo de pulo e está equipado com câmeras de luz visível de amplo ângulo, equipamentos científicos e antenas que permitem a comunicação com a Terra. E o LEV-2, também equipado com câmeras, pode alterar sua forma para se mover pela superfície lunar.

    A equipe está recebendo um sinal do LEV-1 e verificará se suas câmeras conseguiram capturar alguma imagem. Oficiais da JAXA disseram que não confirmarão definitivamente o status do LEV-2 até que mais dados sejam recebidos.

    O explorador robótico de pequena escala SLIM, que foi lançado em setembro, recebeu o apelido de “Moon Sniper” porque carregava nova tecnologia de precisão para demonstrar um pouso “preciso”.

    Missões lunares anteriores foram capazes de atingir zonas específicas que se estendiam por muitos quilômetros, mas o módulo de pouso SLIM visou um local de pouso que se estende apenas por 100 metros. Os “olhos inteligentes” do módulo – uma tecnologia de navegação baseada em correspondência de imagens – fotografaram rapidamente a superfície lunar inclinada durante a aproximação e fizeram ajustes automaticamente enquanto a espaçonave descia em direção ao pouso.

    A equipe da JAXA ainda está trabalhando para determinar a precisão do pouso do SLIM, o que pode levar até um mês.

    Jornada do Moon Sniper

    O Moon Sniper mirou um local de pouso próximo à pequena cratera Shioli dentro de uma planície lunar chamada Mare Nectaris, criada por atividade vulcânica antiga e situada ao sul do Mar da Tranquilidade, onde a Apollo 11 pousou em 1969. O módulo de pouso foi projetado para estudar brevemente as rochas no local, que poderiam revelar informações sobre a origem da Lua.

    Quando meteoritos e outros objetos atingem a Lua, eles criam crateras, bem como destroços rochosos que se espalham pela superfície. Essas rochas intrigam os cientistas porque estudá-las é efetivamente como espiar o interior da Lua. Minerais e outros aspectos da composição das rochas podem potencialmente fornecer mais informações sobre como a Lua se formou.

    Pousar próximo a áreas inclinadas e cheias de rochas ao redor de crateras é um processo arriscado que a maioria das missões normalmente evita, mas a JAXA acredita que seu módulo de pouso possui a tecnologia necessária para pousar com segurança em terreno rochoso.

    Nova corrida espacial

    Diversas agências espaciais e países realizaram missões de pouso na Lua ao longo do último ano, resultando em feitos históricos e também em falhas.

    A Índia se tornou o quarto país — depois dos Estados Unidos, da antiga União Soviética e da China — a realizar um pouso controlado na Lua quando sua missão Chandrayaan-3 chegou próximo ao polo sul lunar em agosto.

    Enquanto isso, o módulo lunar Hakuto-R da empresa japonesa Ispace caiu 3 milhas (4,8 quilômetros) antes de se chocar com a Lua durante uma tentativa de pouso em abril. O Luna-25 da Rússia também teve um pouso forçado em agosto, durante a primeira tentativa do país de retornar à Lua desde a queda da União Soviética. A espaçonave Peregrine da Astrobotic Technology — o primeiro módulo lunar dos EUA a ser lançado em cinco décadas — teve um fim flamejante na quinta-feira (18), após um vazamento crítico de combustível tornar impossível um pouso seguro na Lua.

    Parte da motivação por trás da nova corrida espacial lunar é o desejo de acessar a água aprisionada como gelo em regiões permanentemente sombreadas no polo sul lunar. Essa água poderia ser usada para consumo ou como combustível, à medida que a humanidade expande os limites da exploração espacial no futuro. Essa região é repleta de crateras e coberta por rochas, resultando em locais estreitos de pouso.

    O módulo leve SLIM pode ser um design eficaz que não apenas pode pousar em pequenas áreas de interesse na Lua, mas também em planetas como Marte, de acordo com a JAXA.

    Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.

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