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    Exoplanetas: o que são e como são descobertos? 

    Cientistas já confirmaram a detecção de mais de 5,7 mil exoplanetas; saiba mais sobre esses corpos celestes

    Lucas Guimarãescolaboração para a CNN

    De acordo com a classificação da União Astronômica Internacional (IAU), um planeta é qualquer objeto celeste que atenda a três características: ele deve orbitar o Sol, precisa ter massa suficiente para desenvolver uma forma esférica e necessita ter limpado sua vizinhança orbital de outros objetos maiores. Mas você sabe quais são os atributos necessários para classificar um exoplaneta?

    A Nasa (agência espacial dos Estados Unidos) afirma que, até agosto de 2024, os astrônomos confirmaram a detecção de 5.743 exoplanetas em diferentes regiões da nossa galáxia, a Via Láctea.

    Além disso, já existem milhares de outros candidatos que ainda serão analisados para confirmação posterior. Pode parecer um número pequeno, mas os primeiros exoplanetas só foram confirmados em 1992.

    O que é um exoplaneta?

    Também chamado de planeta extrassolar, um exoplaneta é qualquer planeta que orbita uma estrela fora do Sistema Solar. Apesar de compartilharem duas características com os planetas do nosso sistema, como ter massa suficiente para ser esférico, os exoplanetas não precisam atender ao critério de orbitar o Sol.

    Embora muitos exoplanetas sejam semelhantes aos planetas do Sistema Solar, alguns apresentam características que ainda são misteriosas e inexplicáveis para o atual entendimento da ciência.

    “Ao medir os tamanhos (diâmetros) e massas (pesos) dos exoplanetas, podemos ver composições que variam de rochosas (como a Terra e Vênus) a ricas em gás (como Júpiter e Saturno). Alguns planetas podem ser dominados por água ou gelo, enquanto outros são dominados por ferro ou carbono. Identificamos mundos de lava cobertos por mares derretidos, planetas inchados com a densidade de isopor e núcleos densos de planetas ainda orbitando suas estrelas”, a Nasa descreve.

    A ilustração apresenta um exoplaneta gigante gasoso.
    O estudo dos exoplanetas pode ajudar a responder questões primordiais sobre o universo. / Crédito: Nasa.

    Segundo o site The Planetary Science, a maior parte dos exoplanetas descobertos nos últimos anos são do tipo mini-Netuno, devido ao seu tamanho maior que o da Terra e menor que o de Netuno; e Superterra, que têm características variadas, algumas semelhantes às da Terra, mas consideravelmente maiores.

    Alguns desses corpos celestes extrassolares podem apresentar semelhanças com a Terra e até oferecer condições favoráveis ao desenvolvimento da vida. Contudo, é necessário estudá-los com mais profundidade para confirmar essas possibilidades.

    Além disso, existem diversos tipos de exoplanetas que são muito diferentes dos planetas do Sistema Solar. Por exemplo, os planetas nômades se formam ao redor de uma estrela, mas depois são ejetados para vagar sozinhos pelo espaço, ou exoplanetas que são completamente cobertos por água — existem corpos celestes com diversas características diferentes.

    Como os exoplanetas são descobertos?

    A detecção de novos exoplanetas não é uma tarefa simples; afinal, os primeiros exoplanetas só começaram a ser descobertos há pouco mais de 30 anos. Isso ocorre porque o universo é tão grande e extenso que é como buscar uma agulha em um palheiro, talvez até mais difícil, pois nunca saberíamos exatamente para onde apontar os telescópios espaciais. Por isso, os astrônomos desenvolveram estratégias para encontrá-los.

    Na maioria das vezes, os cientistas observam diferentes tipos de estrelas para analisar toda a região ao redor e buscar sinais de possíveis exoplanetas que estão na órbita dessas estrelas.

    Em 1992, os primeiros exoplanetas foram descobertos por meio do método de velocidade radial, que faz a detecção com auxílio do efeito Doppler. Em 2009, o lançamento do telescópio espacial Kepler marcou o início do método de trânsito, que analisa o brilho de uma estrela para verificar se ela sofre eclipses causados por exoplanetas. O Kepler já confirmou 3.321 planetas e analisa outros 2.959 candidatos.

    O telescópio espacial Tess (Transiting Exoplanet Survey Satellite) foi lançado ao espaço em 2018 com a missão específica de buscar exoplanetas utilizando o método de trânsito. Até o momento, a Nasa afirma que o TESS já confirmou 542 planetas extrassolares e está estudando outros 7.204 candidatos.

    Mas existem muitas outras possibilidades, como o método de imagem direta, que busca a emissão de luz refletida por um planeta, e o método de microlente gravitacional, que observa a curvatura da luz de uma estrela causada pela presença de planetas.

    Tipos de exoplanetas

    Veja abaixo os tipos conhecidos de exoplanetas.

    • Gigantes gasosos: planetas do tamanho de Saturno ou Júpiter, ou muito maiores. Por exemplo, os planetas do tipo “Júpiter quente” são gigantes gasosos que podem alcançar temperaturas extremamente altas devido à sua proximidade com a estrela que orbitam;
    • Planetas Netunianos: são semelhantes em tamanho a Netuno ou Urano no nosso Sistema Solar. Sua composição interna é mista, com um núcleo rochoso, mas sua atmosfera é composta principalmente por hidrogênio e hélio;
    • Superterra: são planetas terrestres mais massivos que a Terra, mas mais leves que Netuno. A Nasa explica que eles podem ter ou não uma atmosfera;
    • Planetas rochosos (terrestres): têm o tamanho da Terra ou são menores, compostos de rocha, silicato, água ou carbono. Podem ter atmosferas, oceanos e outros sinais que sugerem a possibilidade de formação de vida como a conhecemos.

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