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    EUA recomendam que Brasil evite usar tecnologia de 5G da China, diz embaixador

    Para Todd Chapman, utilização de tecnologia chinesa pode resultar em riscos à privacidade de dados e informações pessoais de cidadãos brasileiros

    Da CNN, em São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN, o diplomata Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos em Brasília, afirmou que se estende ao país a recomendação americana para que nações aliadas evitem utilizar tecnologia da China na implementação do sistema 5G, a nova geração de rede de comunicação móvel.

    “Nos Estados Unidos, consideramos que a maneira correta de usar essa tecnologia é a proteção da privacidade, proteção dos dados e da informação e que essa informação não é entregue diretamente ao Partido Comunista da China”, disse Chapman.

    “Achamos que esse não é um bom caminho e recomendamos aos aliados, como é o caso do Brasil, para ter cuidado e falar com os nossos aliados sobre a nossa visão, que é a de continuar buscando essa tecnologia que é tão importante, mas buscando fornecedores que tenham os mesmos princípios que nós”, prosseguiu o embaixador, que citou as empresas de Finlândia e Suécia como alternativas ao país.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é defensor da tese de que o regime chinês tem buscado expandir a sua exportação de serviços de tecnologia com a intenção de criar uma rede de espionagem, apesar de não ter comprovado a acusação.

    Questionado por que os EUA sonegam ao Brasil a mesma relação de proximidade em relação a tecnologias de defesa nacional, Chapman negou que isso ocorra. Para o embaixador americano, o acordo entre os dois países para o lançamento de foguetes na base de Alcântara (MA) seria o exemplo dessa aproximação também na seara militar.

    O embaixador Todd Chapman afirmou que a atual relação de proximidade entre Trump e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fortalece o comércio entre os dois países. Ele afirmou que a relação direta entre os dois presidentes não esvazia o papel das autoridades diplomáticas, uma vez que expande o leque de assuntos que os países podem tratar.

    “É a hora de aproveitar e maximizar a relação entre os dois países”, comentou, citando, além do comércio, as áreas de ciência, educação e segurança nacional como prioritárias para o atual momento da relação entre os dois países.

    Boeing x Embraer

    Questionado a respeito da disputa judicial entre Boeign e Embraer após o desmanche de um acordo de joint venture, o embaixador Todd Chapman afirmou que o governo dos EUA não vai atuar para interferir e aguardará o resultado da arbitragem internacional que as companhias vão buscar. “Esse é um assunto entre as empresas e não entre os governos”, disse.

    O embaixador americano ainda comentou o episódio recente, em que o presidente Donald Trump sugeriu ao governador da Flórida, Ron DeSantis, suspender a chegada de voos oriundos do Brasil, em virtude da atual pandemia do novo coronavírus. 

    Chapman diz que não interpretou o episódio como uma sugestão, mas sim como um questionamento de Trump a DeSantis sobre o que ele pensava a respeito disso. O embaixador defendeu apenas o procedimento de testagem dos brasileiros que chegam ao país, para identificar casos potenciais de Covid-19 e disse que qualquer eventual nova medida será discutida pelos EUA com o Brasil. “Sempre podemos examinar, os dois governos juntos, se precisamos fazer uma nova decisão”.

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