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    Plantar árvores já é insuficiente para sanar gás carbônico da atmosfera

    Dados foram divulgados pela associação Advacing Earth and Space Science; reflorestamento e proteção de florestas são as soluções indicadas por pesquisa

    Floresta da Tijuca, no Rio, com mudas de espécies nativas da Mata Atlântica
    Floresta da Tijuca, no Rio, com mudas de espécies nativas da Mata Atlântica Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil (28.abr.2019)

    Anna Gabriela Costa, colaboração para CNN Brasil

    Há tanto gás carbônico (CO2) presente na atmosfera que plantar árvores não pode mais salvar o planeta, uma vez que não há espaço suficiente para cultivar a quantidade de árvores que seriam necessárias para evitar o aquecimento global, é o que indica o estudo publicado pela associação científica internacional Advacing Earth and Space Science.

    O alerta destaca que os seres humanos emitem a cada ano de 30 a 40 bilhões de toneladas de gás carbônico, ou o gás de efeito estufa conhecido como CO2, o que causa o aquecimento global.

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    Cientistas concordam que uma das formas mais eficazes que absorver parte do CO2 da atmosfera seria plantando mais árvores, pois estas utilizam CO2 para crescer e liberam oxigênio, tal ação traz benefícios para todo o meio ambiente.

    Entretanto, o estudo indica que simplesmente não podemos cultivar árvores suficientes para capturar a quantidade necessária de CO2 e, ajudar o planeta a cumprir a metas determinadas pelo Acordo de Paris.

    A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que seria necessário reduzir as emissões entre 2020 e 2030 para cumprir a meta do Acordo de Paris, que visa conter o aquecimento a +1,5°C e diminuir as catástrofes climáticas.

    Uma comparação mostra que seria necessário cobrir todo o território dos Estados Unidos apenas para capturar 10% do gás carbônico que é emitido anualmente no planeta. Ou seja, não há espaço suficiente no mundo para as terras cultiváveis e espaços para plantar árvores.

    “A remoção substancial de carbono em um caminho de emissão inabalável exigiria a utilização de uma grande fração da superfície global da terra (áreas naturais ou agrícolas), com custos ambientais e sociais intoleravelmente graves”, destaca o estudo.

    Mas, há uma possível solução para o problema? O estudo conclui que a solução parece viável apenas se dois conjuntos de ações climáticas funcionarem em conjunto.

    “Para manter a linha de 2°C devemos fazer com que duas ações funcionem lado a lado. As emissões de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas o mais cedo e eficazmente possível. Sugerimos explorar totalmente as opções disponíveis agora, que incluem reflorestamento de terras degradadas e a proteção de florestas degradas para permitir que se recuperem naturalmente e aumentem seu armazenamento de carbono”.

    “Além disso, torna-se evidente que a humanidade não pode mais se dar ao luxo de desperdiçar até 50% de sua colheita agrícola ao longo de várias cadeias de consumo ou continuar operando sistemas de irrigação ineficazes”, conclui o estudo.