Compras online e consumo de podcast têm boom durante a pandemia, diz pesquisa
Busca por programas de áudio cresceu mais de 132% entre os brasileiros desde 2020
Para além de máscaras e álcool em gel, a pandemia de Covid-19 trouxe mudanças significativas no cotidiano dos brasileiros em diversas áreas. Na internet, um estudo inédito do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) mostra que o volume de compras e transações bancárias online, chamadas de vídeo e podcasts teve um ‘boom’ desde a chegada do coronavírus ao país.
O levantamento mostra que aproximadamente 52,5 milhões de brasileiros realizavam compras online em 2019. Após a pandemia, o público que consome pela internet saltou para 68,3 milhões no último ano.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (21), usaram como base a resposta de 21 mil brasileiros ouvidos entre outubro de 2021 e março de 2022.
O Cetic apontou que o consumo de podcast também registrou um boom e cresceu mais de 132% no pós-pandemia. Os programas de áudio são ouvidos com frequência por mais de 41 milhões de brasileiros, contra 17 milhões em 2019.
Impulsionadas pelo distanciamento social, as transações financeiras digitais e a utilização de aplicativos de voz ou videochamada registraram alta de 13% e 6%, respectivamente, em comparação com o período pré-pandêmico. Em valores absolutos, por exemplo, mais de 121,3 milhões de brasileiros conversam, com regularidade, por chamada de voz ou vídeo após a pandemia de Covid-19.
“Esses resultados estão totalmente atrelados à realidade das pessoas durante a pandemia, momento que elas ficaram mais em casa. Durante o lockdown, as pessoas só tinham as chamadas de vídeo para manter contato com os parentes”, afirmou à CNN Valter Teixeira, doutor em psicologia pela UFRJ.
“Outra coisa é o podcast, que começou a fazer companhia para as pessoas durante o distanciamento”, acrescentou.
Vale ressaltar que mais de 138 milhões de brasileiros utilizam internet diariamente, enquanto 9 milhões acessam com menor frequência e cerca de 35 milhões não têm acesso à rede e, portanto, não são usuários.