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    Cientistas descobrem cometa que pode ser o maior já registrado

    Massa do corpo celeste pode ser cerca de 1.000 vezes maior do que a de um cometa típico

    Anna Satie, da CNN em São Paulo

    Cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, anunciaram na última semana ter descoberto um cometa que pode ser o maior já registrado. Batizado de Bernardinelli-Bernstein, sobrenomes dos pesquisadores, o corpo celeste pode ter massa 1.000 vezes superior a de um cometa comum. 

    Pedro Bernardinelli e Gary Bernstein encontraram o objeto entre dados coletados pela Câmera de Energia Escura, montada no Observatório Interamericano Cerro Tololo no Chile. A estimativa do tamanho foi baseada na quantidade de luz do sol refletida por ele. 

    Cometas são corpos celestes compostos parcialmente por gelo, e vão evaporando conforme se aproximam do sol, aumentando a cauda e o coma –como é chamada a nuvem de poeira e gás que circunda o núcleo dele. 

    “Temos o privilégio de ter descoberto talvez o maior cometa já visto, ou ao menos maior do que qualquer um que já tenha sido bem estudado, e de tê-lo pegado cedo o suficiente para que as pessoas assistam ao desenvolvimento dele conforme se aproxima e esquenta”, disse Gary Bernstein em um comunicado do NoirLab, o Laboratório Nacional de Pesquisa Astronômica Óptica Infravermelha) dos EUA.

    “Ele não visita o Sistema Solar em mais de 3 milhões de anos”, continuou.

    A jornada do Bernardinelli-Bernstein começou a 6 trilhões de quilômetros de distância do Sol, o que coloca a origem dele na nuvem de Oort, de onde deve ter sido ejetado no começo da história do Sistema Solar. Ele pode ser o maior corpo oriundo dessa região e o primeiro cometa convergindo a ser detectado de tão longe. 

    Atualmente, o megacometa já está muito mais perto, em termos astronômicos. Em junho, ele estava a 3 bilhões de quilômetros de distância do Sol, o equivalente à distância de Urano. Os pesquisadores preveem que ele chegará ao seu ponto mais próximo do Sol em 2031, quando estará mais ou menos da distância de Saturno em relação ao astro-rei. Por isso, apesar do tamanho gigante, observadores amadores ainda precisarão usar um telescópio para conseguir observá-lo.

    Segundo o NoirLab, o cometa será acompanhado de perto pela comunidade científica, para entender a composição e a origem dessa relíquia que pode ajudar a entender a história do começo do Sistema Solar. 

    Pedro Bernardinelli afirmou que o observatório continuará a medir o megacometa até que ele atinja o ponto mais perto do Sol, em 2031, “e provavelmente encontrará muitos, muitos outros como ele”. 

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