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    Cientistas criam sondas para medir derretimento de gelo da Antártida

    Engenheiros da Nasa estão estudando os impactos das mudanças climáticas no local

    Por Steve Gorman, da Reuters

    Engenheiros especializados em construir espaçonaves da Nasa que exploram mundos distantes estão desenhando uma frota de sondas robóticas submersíveis para medir quão rapidamente as mudanças climáticas estão derretendo vastas porções de gelo perto da Antártida, e o que tal fenômeno significa para a elevação do nível do mar.

    O protótipo dos veículos, desenvolvidos pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, próximo a Los Angeles, foi testado em uma base da Marinha norte-americana no Ártico, onde foi lançado sob o congelado Mar de Beaufort, ao norte do Alasca, em março.

    “Esses robôs são uma plataforma para levar instrumentos da ciência para as localidades de mais difícil acesso da Terra”, afirmou em resumo postado nesta quinta-feira no website da Nasa Paul Glick, engenheiro de robótica do laboratório e principal pesquisador do projeto IceNode.

    As sondas têm como objetivo trazer dados mais precisos para medir quanto o aquecimento da água do oceano perto da Antártida está contribuindo para o derretimento do gelo costeiro do continente, permitindo assim que cientistas melhorem os modelos computadorizados que preveem o nível futuro da água do mar.

    Uma análise do laboratório publicada em 2022 descobriu que o afinamento e o desmoronamento das plataformas antártidas de gelo reduziram sua massa em cerca de 12 trilhões de toneladas desde 1997, o dobro das estimativas anteriores.

    Caso fosse completamente derretida, a perda da plataforma de gelo do continente elevaria o nível dos oceanos em cerca de 60 metros, de acordo com a Nasa.

    As plataformas de gelo, placas flutuantes de água doce congelada que se estendem por quilômetros da terra até o mar, levam milhares de anos para se formar e agem como proteções gigantes segurando geleiras que, de outra forma, deslizariam facilmente para o oceano ao redor.

    Imagens de satélite mostraram o “destacamento” em icebergs com uma taxa maior do que a natureza pode repor nas plataformas.

    Ao mesmo tempo, o aumento da temperatura dos oceanos está erodindo as plataformas por baixo, fenômecno que os cientistas querem examinar com maior precisão com essas sondas.

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