Carros autônomos estão cada vez mais próximos de rodar nas ruas, conheça principais modelos em desenvolvimento
Entenda como funciona a tecnologia e veja quais marcas entraram nessa corrida


Um carro sem câmbio, pedais e nem mesmo volante é possível? E como ele seria guiado?
Um cenário imaginado na ficção científica está cada vez mais próximo da realidade. Ao menos se depender dos esforços das principais montadoras, que já disputam uma verdeira corrida pelo desenvolvimento de veículos autônomos, ou seja, que conseguem se “autoconduzir” sem a necessidade de um motorista.
A disputa entre as gigantes do setor iniciou na década passada, e apesar de os modelos ainda não estarem tão popularizados como prometido pelas empresas, o longo tempo de espera está começando a gerar frutos.
Carros do futuro, agora
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1- Honda Legend
Em 2021, a Honda apresentou o sedan Legend, o primeiro veículo com software Nível 3 a ser comercializado. Equipado com o sistema “Traffic Jam Pilot”, ele integra condução autônoma parcial, ou seja, possui a capacidade de controlar a aceleração, a travagem, setas e o volante.
Contudo, ao assumir a direção, o veículo necessita da confirmação do condutor para fazer manobras em segurança. Além disso, o “Traffic Jam Pilot” no momento só pode ser acionado até os 50 km/h.
A Honda busca desenvolver um modelo com máxima autonomia até 2029. O objetivo da companhia é reduzir a taxa de fatalidades envolvendo seus veículos a zero. • REUTERS/Issei Kato/Arquivo
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2- O “guardião” da Toyota
A Toyota trabalha o Conceito de Mobilidade em Parceria (Mobility Teammate Concept, ou MTC) na automação de seus veículos. A ideia consiste “na crença de que pessoas e veículos podem trabalhar juntos para tornar a mobilidade segura, conveniente, eficiente e divertida”.
O “carro chefe” da iniciativa é o sistema Guardian, que está sendo testado em modelos do sedan LS da Lexus, a divisão de luxo da Toyota. A ideia é integrar ao esforço do motorista o auxílio de uma IA que dê assistência e orientações.
Outra alternativa é o sistema Chauffeur, destinado para aqueles que não podem ou optam por não dirigir, que possuirá um software de Nível 4, ou seja, o veículo poderá se dirigir sozinho. • Divulgação/Toyota
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3- O conceito de futuro da Volkswagen
Em 2022, a Volkswagen apresentou o veículo "conceito" GEN.TRAVEL, cuja ideia é apresentar a mobilidade do futuro.
O carro elétrico futurista é um protótipo real que dirige de forma autônoma, com o software mais avançado (Nível 5), que permite ao veículo atingir altas velocidades. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação
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O GEN.TRAVEL permite que o motorista desfrute do tempo em deslocamento para lazer ou trabalho. O modelo inclusive conta com uma tecnologia de realidade aumentada.
Segundo o Grupo Volkswagen, o projeto é um “estudo para 2030”. Assim, a proposta é testar recursos que poderão ser usados em trabalhos futuros não só da marca principal, mas para o grupo como um todo, como Audi, Bugatti e Porsche. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação
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4- Cruise, da GM
Cruise é a marca de autônomos da General Motors, a fabricante da Chevrolet, cujos veículos autônomos elétricos rodaram pela cidade de São Francisco, na Califórnia. Contudo, a experiência gerou uma certa dor de cabeça para a GM.
A Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) abriu investigações contra a Cruise após três denúncias de falhas no sistema. Em 2022, a empresa chegou a repensar o software dos veículos depois de um acidente com duas pessoas feridas.
A montadora vem promovendo uma campanha para conscientizar vendedores e compradores que seu software de Nível 3 ainda requer a atenção do piloto. Agora, a GM busca uma licença para produzir mais de 2.500 veículos autônomos anualmente nos EUA. • Divulgação/GM
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5- Uber
Os esforços da Uber para desenvolver carros autônomos começaram em 2015. Segundo a empresa, o objetivo é “reimaginar a maneira como o mundo se move para o melhor”.
Ao longo dos anos, o aplicativo de transporte tentou investidas com diversas montadoras de veículos e desenvolvedoras de tecnologia. • REUTERS/Francis Mascarenhas
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Uber e Volvo
A primeira parceria foi em 2016, quando a Uber uniu forças à Volvo. O primeiro veículo a “ganhar vida própria” foi o SUV XC90, anunciado em junho de 2019. Equipado com radares ultrassônicos, câmeras 360º e sistemas de backup para freios, direção e energia, o modelo iria compor “uma frota segura, escalável e autônoma”, segundo a Uber.
Contudo, em 2018, ainda na fase de testes, o XC90 atropelou uma pedestre, ocasionando um acidente fatal. Após o julgamento do caso no final de 2019, a Uber perdeu a licença para testes no estado do Arizona. • Divulgação/Volvo
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Os testes passaram a ser limitados, até que em 2020 a Uber vendeu sua operação de autônomos após ser processada pela Waymo - divisão de carros autônomos da Alphabet, dona do Google - por espionagem industrial.
Hoje, a parceria com a Volvo segue para automatizar a frota de caminhões da Uber Freight, projeto de carretos do aplicativo. • Divulgação/Volvo
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Uber e Motional
Em 2022, a Uber retomou o sonho de ter uma frota de autônomos para transporte de passageiros. O aplicativo firmou contrato com a Motional, uma startup de tecnologia fruto de um consórcio entre a Aptiv e a Hyundai. Em Las Vegas, o “táxi robô” da Motional já atende tanto pedidos de viagens quanto entregas pelo Uber Eats. O veículo possui um piloto a postos caso se faça necessário. • Divulgação/Motional
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Uber… e Waymo
Quase três anos após a conclusão do processo, a Uber e a Waymo fecharam uma parceria para atender a cidade de Phoenix em conjunto. O projeto é atrativa para a Uber por atender as expectativas de seus clientes e reduzir gastos.
Já para a Waymo, a oportunidade é perfeita para se ter acesso instantâneo à base de clientes da Uber. A empresa possui uma meta de aumentar em 10 vezes as solicitações de viagens até o verão de 2024. A operação da Waymo cobre uma região de cerca de 466,2 km², área maior que a cidade de Salvador, Bahia (423 km²).
Recentemente, a Waymo conseguiu uma licença para operar em qualquer hora do dia na cidade de São Francisco. • Divulgação/Waymo
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6- BMW iX
O modelo é o primeiro SUV completamente elétrico da montadora alemã. O iX foi lançado em 2022 com os Níveis 1 e 2 de automação, ou seja, ele consegue controlar aceleração e frenagem e indicar algumas direções.
Em agosto daquele ano, a BMW reforçou que um acidente com o iX - que acabou em uma fatalidade - ocorreu pois o motorista deveria ter ficado atento à estrada.
O Grupo BMW segue em parceria com as empresas de tecnologia Qualcomm Technologies e Arriver para produzir veículos com automação de Nível 3 até 2025 em outros modelos da marca, como o novo BMW Série 7. • Divulgação/BMW
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7- Carro robô da Baidu, o “Google da China”
A Baidu, popularmente conhecida como “Google da China”, anunciou em 2022 o desenvolvimento do ROBO-01. O veículo produzido pela JIDU, parceria entre a Baidu e a Geely, promete configurações inteligentes de direção com um design futurista. O conceito pode apresentar tecnologia de Nível 4, a autonomia quase total. • Divulgação/JIDU
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8- Audi Grandsphere
A Audi define o conceito Grandsphere como “um jato particular sobre rodas”. O projeto foi apresentado em 2021 prometendo uma revolução nas estradas. Com 5,35 metros de comprimento, o sedan foi projetado para ter um luxuoso e espaçoso interior para os passageiros poderem aproveitar enquanto viajam em um veículo com autonomia Nível 4. • Divulgação/Audi
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9- Sistema Drive Pilot da Mercedes
Na Alemanha, os modelos EQS e S-Class da Mercedes-Benz já podem ser adquiridos com a tecnologia de autonomia Nível 3. O sistema Drive Pilot foi projetado para funcionar em rodovias com tráfego intenso em velocidades inferiores a 64,4 km/h. A Mercedes planeja comercializar os modelos com piloto automático ainda em 2023. • Divulgação/Mercedes-Benz
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10- “Full Self-Driving” (FSD), da Tesla
Desde 2016, o CEO da companhia, Elon Musk, promete que o sistema de piloto automático da Tesla é capaz de dirigir melhor que um piloto humano. Contudo, ao longo daquele ano, duas pessoas morreram em acidentes ligados ao piloto automático do Modelo S da Tesla.
Segundo dados da NHTSA, o sistema da Tesla esteve envolvido em 736 acidentes e 17 mortes desde 2019. Apesar de Musk alegar que o FSD possa funcionar como um software de Nível 3, a incapacidade dele em conduzir o veículo o coloca como uma tecnologia de Nível 2. • Divulgação/Tesla
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Como funcionam?
Entenda como funcionam os cinco níveis de autonomia dos veículos com condução autônoma:
- Nível 0: veículos controlados manualmente;
- Nível 1: Assistência ao motorista. Automóvel com tecnologias de assistência na qual o motorista realiza grande parte das tarefas. Um exemplo são os sistemas que controlam a velocidade de cruzeiro;
- Nível 2: Direção parcialmente automática. A automação já começa a aparecer de fato, com o veículo podendo controlar aceleração, frenagem e indicar direções. O motorista ainda é responsável pela condução do veículo;
- Nível 3: Direção altamente automatizada. Com sensores mais avançados, o veículo já é capaz de gerenciar a direção. Contudo, sua aceleração é limitada e ele precisa de resposta do motorista para realizar tarefas como trocar de faixa. O motorista deve ficar atento também caso seja necessário assumir a direção.
- Nível 4: Automação parcialmente completa. Aqui o veículo já pode dirigir por conta própria durante maior parte do trajeto e pode realizar manobras por conta própria. Contudo, sua área de atuação é mapeada e limitada, e o veículo não pode atingir altas velocidades.
- Nível 5: Automação completa. Não é necessário mais um motorista, todos no carro podem desfrutar da viagem com conforto como passageiros.
Sensor LiDAR
São necessários diversos sensores para guiar os veículos autônomos.
Uma das principais tecnologias utilizadas para a autonomia é o sensor LiDAR. A tecnologia de Light Detection And Ranging (detecção de luz e alcance, em tradução livre) usa uma sensoriamento remoto para medir propriedades da luz refletida.
Portanto, a tecnologia é capaz de medir a distância correta entre diferentes objetos.
Com um sistema de laser que mapeia os arredores do veículo, o LiDAR é responsável por fazer o carro “enxergar”.
Assim, o computador registra as variáveis ao seu redor e toma as decisões necessárias para levar o passageiro em segurança até o seu destino.
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*Sob supervisão de Gabriel Bosa