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    Cães podem ter migrado para as Américas com os humanos há mais de 15 mil anos

    Os cães provavelmente foram domesticados há mais de 23 mil anos na Sibéria, segundo a principal autora do estudo

    Um novo estudo mostra que os cães podem ter migrado junto aos humanos para as Américas pelo Estreito de Bering
    Um novo estudo mostra que os cães podem ter migrado junto aos humanos para as Américas pelo Estreito de Bering Foto: Ettore Mazza

    Megan Marples,

    da CNN

    Os cães têm acompanhado os humanos há milhares de anos. Dados arqueológicos e genéticos revelaram que cachorros acompanharam humanos na migração do Leste Asiático para as Américas, de acordo com estudo publicado na segunda-feira (25) na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

    Os cães provavelmente foram domesticados há mais de 23 mil anos na Sibéria, segundo a principal autora do estudo, a arqueóloga Angela Perri, pesquisadora do departamento de arqueologia da Universidade de Durham, no Reino Unido. A equipe analisou a composição genética de restos de cães antigos para estimar quando ocorreu a domesticação de lobos para cães.

    Evidências arqueológicas mostraram que os humanos migraram há mais de 15 mil anos do nordeste da Ásia através da faixa de terra de Bering, um pedaço de terra que conectava a Rússia moderna ao Alasca. A travessia terrestre do estreito não existe mais devido ao aumento do nível do mar.

    Perri estudou a linhagem dos cachorros americanos fora do Ártico, que vêm de um ancestral genético diferente dos cães do Ártico, e os rastreou até os antigos cães siberianos. A linhagem mostrou que os humanos trouxeram seus cães com eles quando migraram para as Américas.

    A arqueóloga observou que muitas pessoas hoje têm cachorros como animais de estimação e algumas se perguntam: “O que é esse animal e como ele passou de predador selvagem para um companheiro que se enrolada do lado da minha cama?”.

    Segundo a pesquisadora, embora não haja uma resposta definitiva sobre o motivo da domesticação dos cães, as condições climáticas congelantes durante esse período provavelmente aproximaram os lobos e os humanos na luta pela sobrevivência.

    “Os lobos provavelmente aprenderam caçar junto com os humanos podia proporcionar uma refeição fácil e gratuita, enquanto os humanos permitiam que isso acontecesse desde que os lobos não fossem agressivos ou ameaçadores”, detalhou Perri.

    Os cães também podem ter ajudado os humanos a transportar itens mais rapidamente, disse ela. Também há evidências no noroeste do Pacífico de humanos usando criaturas peludas como fontes de emergência de comida e peles.

    O estudo é um exemplo fascinante de como o DNA canino e humano e a arqueologia podem ser usados para descobrir mais sobre o nosso passado, de acordo com Jeffrey Kidd, professor associado de genética humana da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, que não esteve envolvido no estudo.

    Os cães modernos são semelhantes aos cães domesticados de 15 mil anos atrás, disse ele, mas hoje existem peles e cores diferentes como resultado da criação selecionada.

    O professor não se surpreende com o fato de os humanos terem trazido seus cães com eles quando migraram para as Américas por causa de como os cães estão entrelaçados em nossa sociedade.

    “Se você e toda a sua comunidade estivessem fazendo uma viagem cruzando o país, não levariam seu cachorro?”, questionou Kidd.

    Os primeiros ossos de cães ancestrais confirmados foram encontrados na Alemanha há mais de 100 anos e têm cerca de 15 mil anos, disse Perri. Seu próximo projeto é procurar ossos de cães mais velhos na Sibéria para ajudar em sua pesquisa. A pesquisadora espera reunir mais evidências para descobrir como os cães se tornaram o melhor amigo do homem.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).