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    Boeing pede que companhias aéreas inspecionem todos os jatos 737 Max

    Empresa descobre possível problema em peça-chave que envolve parafuso solto

    Gregory Wallaceda CNN

    A Boeing solicitou às companhias aéreas que inspecionassem todos os seus jatos 737 Max em busca de um possível parafuso solto no sistema do leme, depois que uma empresa descobriu um possível problema com uma peça-chave em duas aeronaves.

    Uma companhia aérea internacional não identificada encontrou um parafuso com uma porca faltando em um mecanismo de ligação do controle do leme enquanto realizava a manutenção de rotina – e encontrou um parafuso semelhante que não estava devidamente apertado em um avião que ainda será entregue. O leme de um avião é usado para controlar e estabilizar a aeronave durante o voo.

    A companhia disse que o avião com o parafuso faltando foi consertado, mas quer garantir que todos os 1.370 aviões 737 Max em serviço em todo o mundo sejam verificados quanto a problemas semelhantes.

    “O problema identificado no avião em questão foi solucionado”, disse um porta-voz da Boeing em um comunicado. Acrescentou que “por excesso de cautela, recomendamos que os operadores inspecionem seus aviões 737 Max e nos informem sobre quaisquer descobertas”.

    Administração Federal de Aviação (AFA) disse na quinta-feira que a inspeção envolve a procura de “um possível parafuso solto no sistema de controle do leme”, informou a Boeing.  A tarefa leva cerca de duas horas, de acordo com a FAA, e as companhias aéreas informarão o progresso de suas inspeções ao órgão regulador.

    Além disso, explicou que o reparo envolve a remoção de um painel de acesso e a validação visual das porcas e parafusos. A Boeing realizará a inspeção em todas as novas aeronaves daqui para frente. “Consideraria ações adicionais com base em qualquer descoberta adicional de hardware solto ou ausente”, disse a AFA.

    Os problemas de engenharia e qualidade da Boeing representaram grandes desafios para a empresa. As quedas de dois jatos 737 Max, que mataram todas as 346 pessoas a bordo dos voos, levaram a uma paralisação de 20 meses do avião. Essa também foi uma das tragédias corporativas mais caras da história, custando à companhia mais de US$ 20 bilhões.

    O Max voltou ao ar transportando passageiros na maioria dos mercados ao redor do mundo a partir do final de dezembro de 2020. Mas encontrou outros problemas, inclusive em abril, quando a Boeing disse ter descoberto um problema de fabricação em algumas aeronaves 737 Max depois que um fornecedor usou um “processo de fabricação fora do padrão” durante a instalação de dois encaixes na fuselagem traseira – embora a aérea tenha insistido que o problema não constituía um risco de segurança.

    A companhia também enfrentou outros problemas, atrasos e encargos financeiros em praticamente todos os seus outros jatos de passageiros. A AFA sinalizou problemas de qualidade com os 787 Dreamliners da empresa, o que levou a Boeing a interromper temporariamente as entregas no ano passado. Embora o Dreamliner não tenha sido paralisado como o Max, isso ainda prejudicou os resultados financeiros da empresa.

    A Boeing tem enfrentado enormes prejuízos operacionais nos últimos trimestres, à medida que tenta entregar a enorme carteira de pedidos de aviões 737 Max aos clientes e acumula custos excedentes em outros aviões, incluindo a aeronave que substituirá os atuais jatos Air Force One.

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