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    Astrônomos capturam “gato sorridente” em imagem de nebulosa

    Nebulosa Sh2-284 é uma vasta região com sua parte mais brilhante, observada na imagem, com cerca de 150 anos-luz

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Gás e poeira dentro de uma nebulosa se aglomeram para formar novas estrelas. Em uma imagem capturada pelo telescópio VLT Survey, do Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês), é possível observar uma imagem inusitada de uma nuvem laranja e vermelha, parte da nebulosa Sh2-284.

    O olhar atento revela o rosto de um gato sorrindo do céu. De acordo com os astrônomos, a nebulosa é uma vasta região com sua parte mais brilhante, observada na imagem, com cerca de 150 anos-luz. A medida representa mais de 1.400 trilhões de quilômetros de diâmetro. Ela está localizada a uma distância de cerca de 15 mil anos-luz da Terra, na constelação de Monoceros.

    Logo abaixo do que seria o “nariz do gato” está o centro da parte mais brilhante da nebulosa, que reúne um conjunto de estrelas jovens chamado Dolidze 25. Neste local, são produzidas quantidades exorbitantes de radiação e ventos fortes. A radiação é capaz de ionizar o gás hidrogênio na nuvem, produzindo assim as brilhantes cores laranja e vermelho. Os cientistas explicam que em nuvens como esta estão presentes os blocos de construção de novas estrelas.

    Os ventos do aglomerado central de estrelas afastam o gás e a poeira da nebulosa, esvaziando seu centro. Assim, à medida que os ventos encontram bolsões de material mais densos, eles oferecem mais resistência, o que significa que as áreas ao seu redor são erodidas primeiro.

    O fenômeno cria pilares que podem ser vistos ao longo das bordas apontando para o centro da nebulosa, como o do lado direito da imagem. A imagem foi criada a partir de dados do Telescópio VLT Survey (VST), que integra o Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF, em inglês), e está hospedado no Observatório Paranal no Chile.

    O VST é dedicado a mapear o céu do Sul em luz visível e faz uso de uma câmera de 256 milhões de pixels especialmente projetada para capturar imagens de campo muito amplo.

    O estudo compõe análises de cerca de 500 milhões de objetos em nossa galáxia, que ajudam na compreensão do surgimento, status e fim de estrelas presentes na Via Láctea.

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