Asteroide Bennu pode atingir a Terra em 157 anos, diz estudo; saiba mais
Confira probabilidade de asteroide atingir o planeta
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Se o asteroide próximo à Terra, Bennu, colidir com o planeta no futuro, ele poderá causar danos globais significativos, mesmo sendo uma fração do tamanho do asteroide que extinguiu os dinossauros, de acordo com uma nova pesquisa.
Astrônomos estimam que Bennu tem uma chance de 1 em 2.700 de atingir a Terra em setembro de 2182, o que equivale a uma probabilidade de 0,037%.
O asteroide, que contém os blocos fundamentais da vida, segundo estudos recentes de amostras retornadas à Terra pela missão OSIRIS-REx da NASA, é uma rocha espacial de tamanho médio, com cerca de 500 metros de diâmetro. O asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos e levou à extinção dos dinossauros tinha aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro e foi o último grande asteroide conhecido a colidir com o planeta.
Dada a pequena, mas não impossível, chance de impacto de Bennu no futuro, uma equipe de pesquisadores modelou os efeitos que tal colisão poderia ter no nosso planeta, incluindo o impacto no clima global e nos ecossistemas terrestres e oceânicos. Um estudo detalhando esses resultados foi publicado na quarta-feira na revista Science Advances.
Asteroides de tamanho médio, como Bennu, colidem com a Terra aproximadamente a cada 100.000 a 200.000 anos, de acordo com o estudo.
Os pesquisadores descobriram que o impacto poderia causar um inverno global, reduzindo a quantidade de chuvas e resfriando o planeta, entre outros efeitos que poderiam persistir por anos. Além disso, é possível que os primeiros humanos tenham vivido condições semelhantes durante colisões anteriores de asteroides.
“Nossos primeiros ancestrais humanos podem ter experimentado alguns desses eventos de impacto de asteroides médios antes, com possíveis efeitos na evolução humana e até mesmo em nossa composição genética”, disse o autor principal do estudo, Dr. Lan Dai, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Física do Clima do IBS, na Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul.
Uma cadeia de consequências globais
Os pesquisadores utilizaram modelos climáticos e o supercomputador Aleph, do ICCP, para simular diferentes cenários de uma colisão do tipo Bennu com a Terra, concentrando-se principalmente nos efeitos da injeção de 100 milhões a 400 milhões de toneladas de material na atmosfera terrestre. Os resultados mostraram perturbações dramáticas na química atmosférica e no clima do planeta nos três a quatro anos seguintes ao impacto do asteroide.
Inicialmente, o impacto criaria uma cratera gigantesca e lançaria uma enorme quantidade de material para o ar próximo ao local da colisão. A colisão também geraria uma onda de choque poderosa e terremotos, segundo Dai. Além disso, grandes quantidades de aerossóis e gases liberados pelo impacto poderiam subir até a atmosfera, alterando o clima da Terra com efeitos duradouros, explicou a pesquisadora.
Se Bennu atingisse um oceano, o impacto desencadearia tsunamis massivos e lançaria grandes quantidades de vapor d’água na atmosfera. Esses eventos poderiam causar uma redução significativa da camada de ozônio na alta atmosfera, um efeito que poderia persistir por anos.
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