App de paquera gay limita função de localização para proteger atletas em Paris
Segundo o Grindr, a medida visa proteger atletas que não são assumidos ou que vêm de um país com leis LGBTQ+ rígidas
Pessoas que procuram amor com um atleta olímpico podem ter dificuldade este ano: o Grindr, o aplicativo de namoro LGBTQ+, desativou alguns de seus recursos de compartilhamento de localização para proteger os atletas de assédio ou perseguição.
Alguns usuários perceberam esta semana que não podem usar o recurso “Explorar” no aplicativo na Vila Olímpica em Paris, que permite às pessoas mudar sua localização e ver perfis.
Isso foi intencional, confirmou o Grindr. A empresa explicou em um post no blog que, para um atleta que não é assumido ou vem de um país com leis LGBTQ+ rígidas, usar o aplicativo “pode colocá-los em risco de serem expostos por indivíduos curiosos que podem tentar identificá-los e revelá-los”. O aplicativo ainda pode ser usado por pessoas na Vila, embora alguns serviços de localização estejam desativados.
Aproximadamente 155 atletas LGBTQ+ estão participando das Olimpíadas em Paris, de acordo com o OutSports, o que é uma pequena fração dos mais de 10.000 participantes dos jogos.
A empresa está fazendo outras mudanças para a Vila Olímpica: por exemplo, os perfis padrão revelam a distância de alguém com o recurso “mostrar distância”. Esse recurso pode ser ativado, mas o padrão será “desligado” para usuários na Vila e em outros locais. O Grindr disse que essa mudança é para “ajudar os atletas a se conectarem sem se preocuparem em revelar inadvertidamente sua localização ou serem reconhecidos”.
Durante o evento de duas semanas, o Grindr também permitirá que os usuários na Vila enviem mensagens desaparecendo ilimitadas ou desfazer o envio de mensagens gratuitamente. Esses são recursos que normalmente o aplicativo cobra. O envio de vídeos privados e a desativação de capturas de tela também foram temporariamente desativados se usados nesse raio.
“Nosso objetivo é ajudar os atletas a se conectarem sem se preocuparem em revelar inadvertidamente sua localização ou serem reconhecidos”, afirma o Grindr, acrescentando que fez restrições semelhantes em jogos anteriores.
O Grindr começou a restringir seus recursos durante as Olimpíadas após 2016, quando um escritor heterossexual do Daily Beast relatou o uso do Grindr para conhecer atletas na Vila Olímpica no Rio de Janeiro. A história, que foi deletada, gerou acusações furiosas de que o escritor havia exposto atletas gays, que ele não identificou pelo nome, mas descreveu.
O Grindr (GRND) anunciou recentemente planos ambiciosos de crescimento para se livrar de sua reputação de aplicativo de encontros casuais, com novas ferramentas que espera que os usuários encontrem relacionamentos de longo prazo e recomendem eventos presenciais. As ações subiram mais de 30% no ano.
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