Ainda há longo caminho para dizer se houve vida em Marte, diz astrônomo
Imagens do robô Perseverance mostraram que existiu um lago na chamada Cratera Jezero
Em entrevista à CNN, o astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Thiago Gonçalves afirmou que ainda há um longo caminho para dizer se houve vida em Marte. A fala do especialista vem depois do robô Perseverance trazer a confirmação da existência de um lago no planeta.
“Definitivamente é um ambiente muito interessante para começarmos a tentar procurar sinais”, disse Gonçalves.
“A busca por vida é um grande interesse dos astrônomos e da população como um todo e a água é o melhor ambiente para procurarmos esse sinal de vida.”
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O rover Perseverance tem explorado a superfície de Marte, e seus registros de uma cratera confirmaram uma teoria de cientistas. Saiba mais • Nasa/JPL-Caltech
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O Perseverance foi enviado para a Cratera Jezero com o objetivo de confirmar se o local já abrigou um lago. Ele explorou principalmente a região de um antigo delta, uma formação rochosa na foz de um rio • NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/USGS
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O delta identificado a partir das fotos do Perseverance é considerado um local favorável para encontrar rochas que possam conter matéria orgânica • NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
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O delta fotografado é composto por várias escarpas ("scarp", em inglês), que também foram registradas pelo robô • NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
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As escarpas são formadas por sedimentos trazidos pelo rio, o que ajudou a confirmar a hipótese dos cientistas sobre a existência de um lago no passado. Na imagem, a "Escarpa A" • NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
As imagens do Perseverance mostraram não apenas que o lago existiu na chamada Cratera Jezero, mas que o mesmo também era alimentado por um rio. De acordo com o astrônomo, o equipamento revelou que houve diferentes momentos na história do lago, que foram de enchentes a cenários mais “tranquilos”, como ele definiu.
Apesar disso, Gonçalves afirmou que “Marte é um ambiente bastante inóspito” atualmente. Segundo o estudo promovido pelo robô, a existência do lago remonta há bilhões de anos.
“De qualquer forma, é interessante pensar na origem de como os planetas podem ter acumulado essa água”, disse o astrônomo.
(Publicado por Marina Motomura)