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    Aglomerado de estrelas tem mais de 100 buracos negros em sua composição

    Descoberto em 1950, corrente estelar Palomar 5 tem 20% de sua massa composta pelas formações

    Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo

    O aglomerado de estrelas Palomar 5, descoberto em 1950 e desde então uma formação conhecida por sua corrente que se estende em 20º pelo céu, voltou a chamar a atenção da comunidade científica após a descoberta de que ele possui mais de 100 buracos negros em sua composição.

    Em um estudo publicado na segunda-feira (05) na revista científica Nature Astronomy, pesquisadores inferiram que 20% da massa total do aglomerado é consequência da quantidade de buracos negros dentro dele, característica que também influencia na longa distância entre as estrelas dentro da formação. 

    “Cada um [dos buracos negros] tem uma massa cerca de 20 vezes maior do que o Sol, e eles foram formados em explosões de supernova no fim da vida de estrelas gigantes, quando o aglomerado ainda era muito jovem”, explicou Mark Gieles, autor principal do estudo e professor do Instituto de Ciências do Cosmos da Universidade de Barcelona. 

    Correntes estelares como esta provavelmente foram “ejetadas” de outros aglomeradores de estrelas ou de galáxias “anãs”. Apesar da descoberta recente, os pesquisadores sabem que formações do gênero não são únicas no universo: cerca de trinta dessas correntes já foram descobertas no halo da Via Láctea. 

    A distância média entre as estrelas dentro do Palomar 5 é de alguns milhares de anos-luz, medida comparável à distância do Sol à estrela mais próxima dele. O aglomerado tem mais de 10 bilhões de anos, o que significa que ele foi formado no princípio da galáxia. 

    Essa quantidade de buracos negros também significará o fim dessa formação em bilhões de anos para frente, quando o aglomerado irá se “dissolver 100% em um conjunto de buracos negros”, diz o estudo. 

    Para os pesquisadores, a descoberta ajudou a entender a origem de formações do gênero. “Aglomerados dominados por buracos negros, assim como extensões estelares são provavelmente os progenitores de recentes correntes estelares descobertas na galáxia”, diz o estudo.

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