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    Ações humanas aumentam a probabilidade de ondas de calor extremo, diz estudo

    De acordo com a pesquisa, gases do efeito estufa são os principais responsáveis pelo aumento das temperaturas em 2021

    Ingrid Oliveirada CNN , em São Paulo

    Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Física Atmosférica, da Academia Chinesa de Ciências, publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences, descobriu que as ações humanas podem aumentar a probabilidade de futuras ondas de calor extremo, como as vistas nas últimas semanas na Europa. 

    Segundo a pesquisa, os gases de efeito estufa são a principal razão para o aumento das temperaturas no passado e provavelmente continuarão sendo o principal fator contribuinte, com simulações mostrando que eventos extremos de ondas de calor podem aumentar mais de 30 pontos percentuais nos próximos anos.

    E o que contribui para essa maior probabilidade são as emissões de gases na atmosfera.

    Na pesquisa, cientistas estudaram os processos físicos de variabilidade interna, como padrões de circulação atmosférica e forçamento externo, como gases de efeito estufa antropogênicos.

    Circulação atmosférica

    Usando dados de observações anteriores, os pesquisadores identificaram que três padrões de circulação atmosférica ocorreram durante uma onda de calor de 2021: o padrão do Pacífico Norte, o padrão do Ártico-Pacífico Canadá e o padrão da América do Norte.

    Os padrões de circulação atmosférica mostram como o ar flui e influencia as temperaturas do ar da superfície ao redor do planeta, as quais podem sofrem alterações devido a alguns fatores como o aquecimento natural do Sol e na variabilidade interna atmosférica, bem como na rotação da Terra.

    As configurações são responsáveis ​​pelo clima diário, bem como pelos padrões de longo prazo que compõem o clima.

    Segundo o pesquisador do Laboratório de Ciência e Engenharia Marinha do Sul de Guangdong e chefe do Laboratório Chave do Estado de Oceanografia Tropical no Instituto de Oceanologia do Mar da China Meridional, Academia Chinesa de Ciências (CAS), Chunzai Wang, a pesquisa revelou que “o padrão do Pacífico Norte e o padrão do Ártico-Pacífico Canadá se repetiram com o desenvolvimento e fases maduras da onda de calor, enquanto o padrão da América do Norte coincidiu com os movimentos de decadência e leste da onda de calor”.

    “Isso sugere que a onda de calor se originou no Pacífico Norte e no Ártico, enquanto o padrão da América do Norte inaugurou uma nova onda de calor”.

    A onda de calor extremo que atingiu o oeste da América do Norte no final de junho de 2021, resultou em centenas de mortes e uma morte massiva de criaturas marinhas na costa, além de uma série de incêndios florestais.

    Mesmo com os padrões de circulação atmosférica se repetindo sem desencadear uma onda de calor extrema — como aconteceu antes, os pesquisadores queriam determinar se o evento de 2021 foi influenciado pelas atividades humanas.

    Para isso, a equipe utilizou modelos internacionalmente selecionados, testados e avaliados do Programa Mundial de Pesquisa Climática, especificamente os modelos de Comparação de Modelos de Atribuição de Detecção da Fase 6 do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP6).

    Wang, explicou em um comunicado que “a partir dos modelos CMIP6, descobrimos que é provável que o aquecimento global associado aos gases de efeito estufa influencie essas três variabilidades do padrão de circulação atmosférica, o que, por sua vez, levou a um evento de onda de calor mais extremo”.

    [cnn_galeria active=”1830428″ id_galeria=”1830453” title_galeria=”Queimadas nos EUA e na Europa aumentam em meio à onda de calor no Hemisfério Norte”/]

    Recordes de calor

    Outro estudo mostrou que quase 25% da população mundial conviveu com recordes de calor no ano passado.

    Neste ano, com o verão no Hemisfério Norte, alguns países viram o calor aumentar e regiões atingirem recordes de temperatura e causando a morte de centenas de pessoas. 

    Um levantamento da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostrou quatro pontos-chave das mudanças climáticas que levaram o ano de 2021 a quebrar recordes.

    Segundo a OMM, as concentrações de gases de efeito estufa, elevação do nível do mar, calor dos oceanos e acidificação dos oceanos são sinais de que as atividades humanas estão causando mudanças na escala planetária na terra, no oceano e na atmosfera, com ramificações prejudiciais e duradouras para o desenvolvimento sustentável e ecossistemas.

    Wang aponto que “se as medidas apropriadas não forem tomadas, a probabilidade de ocorrência de ondas de calor extremas aumentará e impactará ainda mais o equilíbrio ecológico, bem como o desenvolvimento social e econômico sustentável”.

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