Voluntários ainda não sabem se receberam dose da vacina de Oxford ou placebo
As denúncias chegaram à CNN pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado do Rio de Janeiro
Os voluntários dos testes clínicos da vacina de Oxford no Rio de Janeiro ainda não sabem se estão imunizados contra a Covid-19, mesmo após uma semana da aprovação para uso emergencial da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As denúncias chegaram à CNN pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado do Rio de Janeiro (Crefito-2), que notificou o Instituto Dor, responsável por testes clínicos da vacina de Oxford, por não informar aos profissionais voluntários nos testes clínicos se receberam o imunizante ou placebo.
Segundo relatos dos próprios profissionais que estão na linha de frente de combate à Covid-19, eles tentaram entrar em contato com o instituto para saber que dose tomaram, mas não conseguiram uma resposta.
Os fisioterapeutas, que receberam as duas doses na fase de testes, fazem plantão em hospitais que já estão imunizando seus funcionários com a Coronavac. Entretanto, estão impossibilitados de serem vacinados, pois não sabem o que receberam.
Uma profissional chegou a ir pessoalmente questionar se seria possível obter o resultado, mas não teve sucesso na tentativa.
À CNN, um fisioterapeuta confessa que “desistiu” do estudo clínico e tomou a Coronavac, por estar constantemente em contato com pacientes com Covid-19. O profissional disse que assumiu o risco porque recebeu as doses em agosto do ano passado.
No documento enviado ao centro de pesquisas, ao qual a CNN teve acesso, o Crefito-2 solicitou a informação sobre a quebra de cegamento, e disse que “chegou ao conhecimento dos profissionais voluntários que no estado de São Paulo os voluntários já receberam a informação.”
Em nota, o Instituto Dor disse que irá iniciar “a convocação dos voluntários para receber a vacina de Oxford assim que as autoridades éticas e regulatórias aprovarem a emenda do protocolo de estudo em relação ao processo de descegamento e, de acordo com a disponibilidade das vacinas em nossos centros, no Rio de Janeiro e Salvador.”
A pretensão, segundo eles, é vacinar todos os voluntários do grupo controle em no máximo dois meses e meio.