Visão Responde: como voltar às aulas de maneira segura?
Volta às aulas presenciais no estado de São Paulo está prevista para o início de setembro
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (20), a pediatra e professora da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), Ana Escobar, falou sobre a volta às aulas no estado de São Paulo, programada para o início de setembro.
Ao mesmo tempo em que os pais precisam voltar a trabalhar presencialmente, muitos estão preocupados com a segurança das crianças, principalmente das mais novas — que não sabem como fazer o distanciamento social e higienizar bem as mãos, por exemplo.
Sobre os pequenos de até 2 anos de idade, Ana lembrou a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria: eles não podem utilizar máscaras, pois correm o risco de se sufocar.
“As famílias dessas crianças devem considerar muito a volta delas às creches e berçários. Vejam se não conseguem se organizar internamente para cuidar delas, porque a volta pode significar um risco para as próprias famílias”, explicou.
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Já as crianças de 2 a 6 anos de idade, disse a pediatra, devem usar a máscara, mas ainda não sabem como fazer o distanciamento social. Além disso, ela salientou que elas vão à escola para aprender a socializar e, neste momento, a socialização ficará extremamente prejudicada.
“Então, de novo, nessa faixa etária, a gente sempre orienta os pais a refletirem sobre os benefícios [dessa volta] para a criança e para a família”.
A partir dos 7 anos, porém, a situação muda: o pequeno já consegue usar a máscara, higienizar as mãos e tem noção de como fazer um distanciamento social efetivo.
Para as crianças que são portadoras de doenças crônicas, como respiratórias, cardíacas, oncológicas, reumatológicas e com diabetes, cujo organismo é mais suscetível à Covid-19, o ideal é que permaneçam em casa.
Conforme o governo paulista já havia informado, os estudantes vão voltar às aulas de maneira gradual. Primeiro, até 35% dos alunos poderão voltar presencialmente às salas de aula, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Isso deverá ser feito em forma de rodízio e com os demais alunos seguindo em aulas remotas e online.
Segundo Ana, o rodízio realmente ajuda a facilitar o distanciamento social. Por outro lado, o esquema dificulta muito a logística das famílias, que terão que entender que um dia o filho ficará em casa, e no outro irá à escola. “Como vai ficar o trabalho dos pais em relação a isso?”, questionou.
A pediatra, porém, aconselhou as famílias a analisarem o que for melhor para elas e o que atende às suas necessidades.
(Edição: Bernardo Barbosa)