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    Veja como Butantan chegou a eficácia maior que 50%

    Iuri Pittada CNN

     

    A taxa de eficácia da CoronoVac, de 50,38%, anunciada nesta terça (12) pelo Butantan, está provocando polêmica.

    Levando-se em conta apenas a comparação entre a proporção de pessoas que desenvolveram sintomas entre os vacinados e os que tomaram placebo, a eficácia ficaria em 49,6% – abaixo dos 50% recomendados como o mínimo aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Segundo a CNN apurou, para chegar aos 50,38%, o Instituto Butantan recorreu a uma metodologia chamada Hazard Ratio.

    A metodologia considera não apenas o fato de o voluntário do estudo ter desenvolvido sintomas, mas também o tempo em que ele permaneceu no estudo sem apresentar os sintomas da doença. É o que especialistas chamam de cálculo com densidade de incidência.

    A fórmula mais comum para o cálculo da eficácia da vacina, chamada de incidência acumulada, leva em conta apenas a comparação da proporção de pessoas com sintomas nos dois grupos (vacinados e que tomaram placebo), sem levar em conta o fator tempo. Ela pode ser usada quando os dois grupos são observados pelo mesmo período de tempo.

    Eficácia da Coronavac

    Imagem apresentada durante entrevista coletiva do governo de São Paulo mostra eficácia da Coronavac

    Foto: Reprodução/Governo de São Paulo (12.jan.2021)

    De acordo com os números do Butantan, no grupo das 4.599 pessoas que tomou o placebo, 167 ou 3,63% do total desenvolveram sintomas. Entre as 4.653 pessoas que tomaram a vacina, 85 ou 1,83% desenvolveram sintomas – um percentual 49,6% menor do que no grupo que tomou o placebo.

    Se o Butantan utilizasse metodologia de incidência acumulada, esses 49,6% seriam a eficácia da Coronavac.

    No entanto, o material apresentado pelo instituto inclui um outro indicador de incidência, colocado entre parênteses abaixo do número de pessoas que se infectaram em cada grupo do estudo. Esses números seriam resultado da metodologia que o Butantan diz utilizar. 

    Assim, o grupo que recebeu a vacina passa a ter uma taxa de incidência de 11,74%, ante 23,64% dos que tomaram o placebo – o que é esperado, levando-se em conta que os testes clínicos foram feitos com profissionais de saúde, mais expostos ao vírus. 

    Com isso, o cálculo de eficácia passaria a indicar 50,33%, acima do mínimo exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).