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    Veja 7 mitos e verdades sobre o ciclo do sono

    Em conversa com a CNN, especialista esclarece informações sobre boas condições de sono; veja

    Nicoly Bastosda CNN

    Podendo afetar diretamente o bem-estar de um indivíduo, de forma física e mental, o sono é um aspecto que pede atenção durante toda a vida. Um dos aspectos que pode ajudar a gerar melhorias nesse aspecto da rotina, pode ser entender mais sobre os ciclos do sono.

    De acordo com Lucio Huebra, neurologista e médico do sono da Associação Brasileira do Sono (ABS), o ciclo do sono nada mais é do que “períodos” em que o sono é dividido.

    O indivíduo adulto inicia seus “ciclos” pelo sono chamado “não-REM superficial (N1)”, que é quando o descanso ainda está “superficial”. Posteriormente se atinge o sono “N2”, que é o correspondente a quase metade do sono total. A pessoa atinge o sono profundo quando chega no “N3”, e alcança, por fim, o sono “REM”. “Após cada término do estágio de sono REM, definimos que temos o fim do ciclo de sono e esse processo se reinicia”, enfatiza o profissional à CNN.

    Para esclarecer mais sobre o assunto, o profissional falou sobre mitos e verdades que envolvem os ciclos do sono. Confira!

     

    Veja 7 Mitos e verdades sobre o ciclo do sono

    • É possível calcular seu sono a partir de “ciclos”

    Verdade. O sono é realmente organizado em “estágios”, que nada mais são do que os ciclos do sono. Segundo o profissional, ao longo da noite devemos ter de 4 até 6 ciclos, durando cerca de 90 a 120 minutos cada um.

    • É possível saber a hora exata em que se deve acordar para ficar mais disposto

    Mito. Apesar dos ciclos do sono realmente existirem, fazer uma “matemática” para saber a hora exata de acordar não é válido. Lucio explica que os ciclos do sono são diferentes ao longo da noite.

    “Os ciclos de sono são diferentes ao longo da noite, sendo que na primeira metade do seu período de descanso, o estágio N3 tende a ser mais longo, enquanto o estágio REM é mais curto. Essa relação se inverte na segunda metade da noite.”

    Além disso, o especialista afirma que os diferentes estágios do sono têm características e funções diferentes e um dos fatores que os distingue é o limiar do despertar, ou seja, o quão fácil é acordar naquele estágio do sono. “Os estágios REM e, especialmente, o N3 apresentam alto limiar do despertar, sendo, portanto, mais difícil acordar durante esses períodos”, explica o especialista.

    • Dormir menos ciclos que o indicado é prejudicial à saúde

    Verdade. Quando não respeitada a necessidade mínima de sono, o indivíduo pode sofrer consequências ruins a curto e longo prazo.

    “No dia seguinte a uma noite de sono insuficiente podemos nos deparar com sintomas como sonolência diurna, dificuldade de concentração, desatenção, irritabilidade, cefaleia e tontura. Ao longo de anos, noites de sono encurtadas trazem repercussões mais graves ainda, como aumento do risco cardiovascular, que pode aumentar possibilidade de infarto ou acidente vascular cerebral, maior propensão a hipertensão, obesidade, diabetes, alterações dos níveis de colesterol, sintomas ansiosos e depressivos ou até mesmo alterações da memória e desenvolvimento de demência”, conta Lucio.

    • Programar o número ideal de ciclos do sono para às 4h ou 5h pode ser benéfico para a saúde

    Mito. Apesar de ter virado “tendência” pelas redes sociais, programar seu sono para acordar 5h da manhã não é saudável para a qualidade do ciclo do sono.

    “Encurtar o sono, para acordar cedo, mesmo que seja para uma rotina de exercícios físicos, não é um hábito saudável. Assim como a quantidade de horas de sono varia de pessoa para pessoa, os horários de dormir e acordar também são variáveis. O ideal é observar e reconhecer seu padrão de sono e respeitar esse horário preferencial do nosso relógio biológico.”

    • Pessoas mais velhas precisam de menos quantidade de sono do que pessoas mais novas

    Verdade. Os recém-nascidos precisam de até 17 horas de sono e essa quantidade de horas se reduz progressivamente ao longo da infância e mantem-se estável na fase adulta, entre 7 a 9 horas, explica o profissional. “Idosos, acima de 65 anos, tem uma necessidade de sono um pouco menor, em média de 7 a 8 horas. Além disso, o idoso tem uma tendência a adiantar de forma natural o seu horário de sono, dormindo e acordando mais cedo. Cochilos diurnos também são mais frequentes em idosos, às vezes relacionados à má qualidade do sono noturno.”

    • Telas são benéficas e ajudam no “adormecer”

    Mito. A emissão de luz das telas de celulares, computadores e televisão podem ser prejudiciais ao sono.

    “Esses aparelhos emitem luz na faixa de frequência azul, que estimulam regiões cerebrais que a reconhecem como sinal de que ainda é dia, e, portanto, devemos nos manter acordado. Além disso, o conteúdo presente nesses aparelhos, sobretudo as redes sociais em celulares, pode ter um efeito excitatório, com conteúdo ilimitado que mantém a pessoa ligada por muito tempo, impedindo o relaxamento para o início do sono”, ressalta Lucio Huebra.

    • Exercícios físico são benéficos para os ciclos do sono

    Verdade. A prática de exercícios físicos regulares, sobretudo os aeróbicos (treinos em que há movimentação de grandes grupos musculares a ponto de levar aumento da frequência cardíaca e da respiração), é benéfica em relação ao sono, reduzindo o tempo até o início do amanhecer e melhorando a consolidação do sono, aponta o médico.

    “Além disso, os exercícios reduzem o nível de estresse e ansiedade e melhora o controle de peso, fatores que também interferem na qualidade do sono.”

    O profissional aconselha atenção ao momento do dia em que a atividade física é realizada. “A atividade física pode ter um efeito estimulante e se realizada muito próximo do horário de dormir, pode dificultar o relaxamento. Além disso, é sempre importante ter um momento de repouso e descanso após a atividade física, antes de se deitar para dormir.”

     

     

     

     

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