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    Varíola não é emergência em saúde, mas requer atenção, diz Jean Gorinchteyn à CNN

    Brasil registra 2.108 casos confirmados de varíola dos macacos, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo (7)

    Lucas RochaVinícius TadeuElis Francoda CNN

    em São Paulo

    O Brasil registra 2.108 casos confirmados de varíola dos macacos até o momento. Os dados, divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo (7), apontam que os estados com o maior número de casos são São Paulo (1.573), Rio de Janeiro (238), Minas Gerais (81), Goiás (38) e o Distrito Federal (37).

    A doença também afeta os estados do Paraná (36), Bahia (18), Ceará (5), Rio Grande do Norte (4), Espírito Santo (5), Pernambuco (13), Tocantins (1), Acre (1), Amazonas (4), Pará (1), Paraíba (1), Piauí (1), Rio Grande do Sul (20), Mato Grosso (2), Mato Grosso do Sul (8), e Santa Catarina (21).

    Em entrevista à CNN, neste domingo, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, explicou as principais características da doença, como os diferentes sintomas, as formas de transmissão e medidas de prevenção.

    “[A doença] não se consagra em uma emergência em saúde pública, mas ela requer uma atenção e uma ação coordenada que é exatamente o que vem sendo tomado tanto pelo Ministério da Saúde quanto pelos estados, no sentido de nós criarmos estratégias conjuntas”, afirmou.

    Nesta semana, os Estados Unidos declararam situação de emergência em saúde pública devido à doença. O secretário explica que os critérios utilizados para a medida incluem a avaliação da gravidade de uma doença e do impacto para os sistemas de saúde.

    “Pouquíssimas são aquelas que evoluíram de forma grave no mundo e inclusive aqui no país. Só tivemos uma morte”, diz Gorinchteyn. Segundo o secretário, a maior parte dos casos associados a internação hospitalar ocorreu por condições sociais, como a infecção por pessoas em situação de rua ou que moravam em condições que dificultavam o isolamento dos familiares, por exemplo.

    “A gravidade não é grande, tem um percentual de 3 a 6% que podem apresentar formas mais graves, portanto muito baixo e, por outro lado, ela não impacta nosso sistema de saúde comprometendo nossas unidades de terapia intensiva, nossos serviços de enfermaria ou nossos pronto-atendimentos”, completou.

    Nesta semana, o governo de São Paulo anunciou o lançamento de iniciativas de combate à varíola dos macacos. O plano de enfrentamento inclui a criação de um centro de controle e de uma rede integrada para o diagnóstico laboratorial e atendimento a pacientes com a doença.

    “Temos que ter ações de enfrentamento a qualquer surto ou epidemia. Isso deixou muito claro que medidas precoces conjuntas entre as três esferas de governo federal, estadual e municipal são fundamentais. É isso que vai trazer de forma muito concreta e robusta informações. É dessa maneira que vamos combater qualquer doença e as falsas informações que acabam circulando especialmente pelas mídias sociais”, pontuou.

    Como identificar os sintomas de varíola dos macacos

    O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. Na forma mais comum documentada da doença, os sintomas podem surgir a partir do sétimo dia com uma febre súbita e intensa.

    São comuns sinais como dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e principalmente o aparecimento de inchaço de gânglios, que pode acontecer tanto no pescoço e na região axilar como na parte genital.

    Já a manifestação na pele ocorre entre um e três dias após os sintomas iniciais. Os sinais passam por diferentes estágios: mácula (pequenas manchas), pápula (feridas pequenas semelhantes a espinhas), vesícula (pequenas bolhas), pústula (bolha com a presença de pus) e crosta (que são as cascas de cicatrização).

    As lesões na pele na forma de bolhas podem variar de um paciente para o outro e aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais.

    “Algumas pessoas têm numero menor de vesículas, ou de bolhas, esparsas pelo corpo. Outras, especialmente aquelas que tenham alguma alteração na sua imunidade, seja por uso de medicações que abaixam a sua imunidade, seja por doenças que também comprometam a sua imunidade ou por tratamentos quimioterápicos, podem ter um número de lesões maior”, explica Gorinchteyn.