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    Varíola dos macacos: mutação pode ter deixado vírus mais transmissível, diz médico

    À CNN Rádio, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) no entanto, diz não acreditar em uma pandemia causada pela doença

    Flávio da Fonseca acredita em uma mudança genética no vírus que o tornou mais infeccioso
    Flávio da Fonseca acredita em uma mudança genética no vírus que o tornou mais infeccioso Josué Damacena/IOC/Fiocruz

    Ricardo GouveiaBel Camposda CNN em São Paulo

    Até 2022, a varíola dos macacos era registrada predominantemente na África ou em viajantes que retornavam do continente. Na quinta-feira (24), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos informaram que há evidências de transmissão local da doença no país.

    Em entrevista à CNN Rádio, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio da Fonseca, explicou que as notificações não costumavam passar de casos esporádicos, que não apresentavam uma transmissibilidade preocupante.

    Fonseca acredita em uma mudança genética no vírus que o tornou mais infeccioso.

    “Mesmo na África, embora com problemas intrínsecos de vigilância, a gente não tem registro de um surto tão grande e com tantas pessoas envolvidas num espaço de tempo tão curto”, explicou Fonseca.

    O presidente da SBV não acredita, no entanto, em risco de uma pandemia provocada pela doença.

    A argumentação é que mesmo uma eventual cepa mais transmissível do monkeypox ainda não se compararia à capacidade de mutação e de infecção do coronavírus causador da Covid-19.

    “O vírus da varíola dos macacos necessita de uma proximidade maior entre as pessoas para que possa ser transmitido e, com isso, ele é mais controlável. É um vírus que, sabidamente, sofre menos mutações do que o coronavírus”, explica.

    Para Fonseca, com base nesses fatos, o foco agora deve estar na vigilância para conter esse surto.

    Até o momento, o Ministério da Saúde registra 14 casos confirmados para varíola dos macacos no Brasil. Dez casos são em São Paulo; dois no Rio Grande do Sul, e dois no Rio de Janeiro. Destes, 11 são importados, com histórico de viagem para Europa, e três são autóctones.