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    Variantes da Covid-19 atrasam retorno à normalidade, alertam especialistas

    Devido ao aumento de perigosas variantes do novo coronavírus, mesmo as pessoas totalmente vacinadas devem continuar com o uso de máscara

    Travis Caldwell, da CNN

    A evidência de que os moradores dos Estados Unidos estão se preparando para um retorno à vida normal está se tornando aparente.

    Os estados estão relaxando as restrições de capacidade para áreas públicas e reuniões privadas; mais distritos escolares estão reabrindo para aulas presenciais; viagens estão aumentando, com os dados da Administração para a Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês) mostrando mais de 1 milhão de passageiros diários nos aeroportos por duas semanas consecutivas – período mais longo desde o bloqueio da pandemia de Covid-19 no início de 2020.

    No entanto, muitos especialistas reiteram que a pandemia está longe do fim. Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), disse no programa Today, na quinta-feira, que o país ainda terá “cerca de mil mortes por dia”, o que ela observou ser um número excessivo.

    Quanto ao número de infecções diárias, Walensky pontuou: “O que me preocupa é o fluxo constante de 50 mil, 60 mil – e continuamos a ver isso até hoje”.

     

    A especialista apontou para os primeiros sinais de que as vacinas estão funcionando, com as taxas de mortalidade reduzidas para pessoas com mais de 65 anos. Mas alertou que variantes infecciosas do novo coronavírus estão circulando.

    Com alguns estados observando aumentos de pelo menos 10% na média semanal de casos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, variantes como B.1.1.7 podem levar a um maior risco de exposição e uma estagnação potencial na luta contra a Covid-19.

    “Isso nos diz que, quando temos uma variante mais contagiosa que as outras, as atividades que pensávamos serem de risco muito baixo agora serão de alto risco”, avaliou a analista médica Leana Wen à CNN.

    As variantes também complicam os tratamentos, já que o uso de certas terapias de anticorpos monoclonais para tratar a Covid-19 foi interrompido devido à redução da eficácia. O foco agora é vacinar norte-americanos suficientes para evitar surtos de infecções e hospitalizações.

    Embora haja otimismo sobre as vacinas em todo o país, com o governo de Joe Biden estabelecendo uma meta de 200 milhões de doses a serem distribuídas nas próximas semanas, há uma preocupação adicional porque as vacinas da Pfizer e da Moderna são dadas em duas doses.

    Isso revela que, nos melhores cenários, é necessário mais tempo antes que um retorno à normalidade possa ser alcançado.

    “Para que possamos obter imunidade coletiva mesmo nesse ritmo, provavelmente ainda levará cerca de cinco meses, assumindo que possamos convencer 70% da população a tomar a injeção”, disse o analista médico Jonathan Reiner.

    Mesmo para aqueles totalmente vacinados, mais precauções devem ser seguidas ao interagir com outras pessoas.

    “Nós sabemos que agora, quando há um nível tão alto de coronavírus circulando em nossas comunidades, mesmo as pessoas que estão totalmente vacinadas onde estão em público com outras que não foram vacinadas, o cortês e a coisa certa para elas fazerem do ponto de vista de controle de infecção é usar máscara”, disse Wen.

    Sinais de alerta permanecem com a aplicação da vacina

    Enquanto os estados e distribuidores de vacinas pressionam para inocular o maior número possível de adultos, a última projeção da Universidade de Washington é um lembrete do que está por vir para a nação.

    De acordo com o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da universidade, pelo menos 600 mil pessoas serão mortas pela Covid-19 até 1º de julho, o que significa que cerca de 59 mil pessoas morrerão nos próximos três meses. No entanto, 10 mil vidas poderiam ser salvas se o uso da máscara aumentasse da taxa atual de 75% para 95% da população.

    “A maioria dos estados na metade norte do país agora têm transmissão crescente, com os aumentos mais pronunciados em Michigan. Os aumentos estão provavelmente relacionados à combinação da propagação da variante B.1.1.7 e aumentos recentes na mobilidade”, disse.

    Com o aumento no fornecimento de vacinas, os estados estão abrindo a elegibilidade para mais adultos para receber as vacinas.

    Minnesota, Connecticut, Carolina do Norte, New Hampshire, Flórida e Califórnia anunciaram recentemente que adultos de quase todas as idades receberão luz verde para vacinação em meados de abril.

    Seis estados já expandiram a elegibilidade da vacina contra o coronavírus para qualquer pessoa acima de 16 anos, e pelo menos mais 26 planejam abrir para maiores de 16 anos até o final de abril.

    Vacinas para crianças estão sendo testadas

    Enquanto isso, as empresas farmacêuticas estão começando a testar a eficácia da vacinação de crianças, o que seria outra camada de defesa contra um surto de infecções, já que os distritos escolares esperam retomar o aprendizado totalmente pessoal.

    Em uma audiência no Senado, na semana passada, Anthony Fauci disse: “Não sabemos realmente qual é o ponto mágico da imunidade coletiva, mas sabemos que, se vacinarmos a grande população, estaremos em boa forma. No final das contas, gostaríamos e teríamos que colocar as crianças nessa mistura”.

    Pesquisadores da Universidade Duke começaram a testar a vacina contra o coronavírus da Pfizer em crianças com menos de 12 anos, segundo informou a empresa à CNN na quinta-feira. Pelo menos duas crianças já receberam a primeira injeção.

    A Moderna anunciou, na semana passada, sua próxima fase em testes de vacinas pediátricas, inscrevendo crianças nos Estados Unidos e Canadá com idades entre 6 meses e 11 anos.

    Anteriormente, a Johnson & Johnson anunciou que pretende iniciar os testes para aqueles com idades entre 12 e 18 anos e, em seguida, adicionar pessoas mais jovens aos testes.

    Segundo Wen, a vacinação para grávidas também pode trazer benefícios.

    “Há evidências acumuladas da segurança e eficácia das vacinas para mulheres grávidas”, apontou. “Inicialmente, nos ensaios clínicos, as pessoas grávidas e lactantes não foram incluídas. Mas, desde então, milhares de grávidas optaram por tomar a vacina”.

    “Não houve sinais de segurança adversos ou preocupações com a segurança nas milhares de mulheres que tomaram a vacina. E, agora, há evidências crescentes de que elas também montam uma forte resposta imunológica que as protege. Na verdade, os anticorpos produzidos parecem atravessam a barreira placentária e também são secretados no leite materno, podendo proteger o recém-nascido”, acrescentou Wen.

    “Se eu estivesse grávida agora, falaria sobre isso com meu médico, mas provavelmente escolheria tomar a vacina”.

    Maggie Fox, Greg Wallace, Jacqueline Howard, Naomi Thomas, Nadia Kounang e Amanda Sealy contribuíram para esta publicação.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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