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    Variante Ômicron permanece mais tempo em superfícies, apontam estudos

    Especialistas destacam que transmissão do novo coronavírus é mais comum através da inalação do vírus

    Especialistas recomendam manutenção das medidas de prevenção, incluindo a lavagem das mãos com regularidade
    Especialistas recomendam manutenção das medidas de prevenção, incluindo a lavagem das mãos com regularidade Towfiqu barbhuiya/Unsplash

    Brenda Goodmanda CNN

    Sob condições experimentais, a variante Ômicron do coronavírus permanece pelo menos duas vezes mais em superfícies como plástico, papel e pele do que a cepa original do vírus que surgiu em Wuhan, na China. Os achados de dois estudos recentes podem ajudar a explicar como essa variante se tornou tão contagiosa.

    No entanto, não há necessidade de limpar a casa de forma obsessiva, alertam pesquisadores. Embora a Ômicron possa durar mais tempo em superfícies, você provavelmente ainda tem mais chances de ser infectado inalando o vírus do que tocando em algo que foi contaminado, diz Linsey Marr, engenheira ambiental e cientista de aerossóis da Virginia Tech, nos Estados Unidos.

    “Acho que talvez as superfícies possam ser um pouco mais importantes do que eram com a cepa ancestral. Ainda não acho que isso não signifique que as superfícies sejam fundamentais para a transmissão”, disse Marr, que revisou os estudos, mas não esteve envolvida na pesquisa. “Tenho certeza de que a inalação de aerossóis ainda é o modo dominante de transmissão”, completa.

    Essa maior estabilidade provavelmente também ajuda a Ômicron a permanecer por mais tempo no ar. “Se for mais estável no ar, também será mais contagiosa no ar”, disse ela.

    Ômicron mostra maior estabilidade em superfícies

    Os novos estudos são em formato preprint, o que significa que foram publicados online antes de uma revisão cuidadosa por especialistas externos e publicação em uma revista acadêmica.

    Para o primeiro estudo, pesquisadores no Japão coletaram vírus de todas as principais variantes preocupação e os cultivaram em células em laboratório. Eles concentraram e purificaram essas amostras e depois as espalharam em quadrados de plástico e pele de cadáveres humanos. Eles mantiveram as amostras em ar quente, cerca de 77 graus.

    No plástico, a cepa original de Wuhan sobreviveu por cerca de 56 horas. A maioria das outras variantes testadas, incluindo Alfa, Beta, Delta e Ômicron, sobreviveram três vezes mais. Ômicron ainda pôde ser detectada 193 horas – oito dias – após a aplicação.

    Na pele, a cepa Wuhan pôde ser detectada após oito horas. Outras variantes duraram mais que o dobro desse tempo, e a Ômicron ainda pôde ser detectada após 21 horas.

    Para o segundo estudo, pesquisadores de Hong Kong espalharam amostras da cepa original do SARS-CoV-2 e da variante Ômicron em quadrados de aço inoxidável, plástico, vidro e papel.

    O vírus original pôde ser detectado por apenas dois dias em aço inoxidável e plástico e por cerca de quatro dias em vidro, mas a variante Ômicron ainda pôde ser detectada por cerca de sete dias nessas superfícies. Ela permaneceu por mais tempo em papel de seda e de impressora também.

    “Ômicron ainda é transmitida principalmente por contato próximo e aerossol”, escreveu o pesquisador do estudo Leo Poon, professor de saúde pública da Universidade de Hong Kong, em um e-mail à CNN.

    “Só queremos destacar que também devemos estar atentos à higienização das mãos e desinfecção de superfícies contaminadas”.

    Poon afirma que locais que são tocados com frequência por várias pessoas – maçanetas, corrimãos e botões de elevador, por exemplo – são bons lugares para concentrar esforços de limpeza.

    Ele observa que sua equipe estudou a cepa BA.1 de Ômicron, e suas descobertas não necessariamente pertencem à nova BA.2.

    Lavar as mãos é fundamental

    Detectar vírus por sete dias em uma superfície pode parecer muito tempo, mas Linsey diz que a Ômicron provavelmente não fica muito tempo nas condições reais do mundo.

    “Isso não me assusta, porque as condições experimentais que eles usaram neste estudo são muito diferentes das condições da vida real”, disse ela. Em um ambiente de laboratório, os pesquisadores espalharam quantidades relativamente grandes do vírus em um meio de crescimento no ar quente da sala. Na vida real, os vírus não têm essas condições confortáveis.

    Linsey diz que o importante a ser retirado dos estudos é que a Ômicron é mais resistente do que os vírus causadores de Covid-19 que vimos antes.

    “Isso não significa que você precisa sair por aí e limpar tudo o tempo todo”, disse ela. As coisas mais importantes a se pensar ainda são a ventilação, a filtragem do ar e, quando se trata de superfícies, suas mãos.

    “Se você lavar as mãos, interrompe a transmissão do vírus das superfícies para o nariz ou a boca”, disse ela.

    Outros cuidados básicos ajudam a prevenir a Covid-19

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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