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    Variante Ômicron está se espalhando rapidamente e isso é alarmante

    Mesmo que a nova mutação possa causar a forma leve da doença, ainda significa que muitos pacientes podem ser hospitalizadas ou morrer, dizem cientistas

    Maggie Foxda CNN

    A variante Ômicron do coronavírus está se espalhando rapidamente em vários países onde foi descoberta. Mesmo que ela cause apenas a forma leve da doença – o que está longe de ser certo – isso ainda significa que muitas pessoas poderão ser hospitalizadas ou morrer.

    A nova mutação matou pelo menos uma pessoa no Reino Unido e deixou outras 10 no hospital – a maioria delas vacinadas, de acordo com autoridades governamentais.

    “Ela está se espalhando mais rápido do que a variante Delta na África do Sul, onde a circulação era baixa, mas também parece se espalhar mais rapidamente do que a Delta em outros países onde a incidência da variante é alta, como no Reino Unido”, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um briefing técnico na semana passada.

    “Com os dados disponíveis atualmente, é provável que a Ômicron supere a variante Delta onde ocorre a transmissão comunitária”, acrescentou a OMS.

    Não está claro o quão grave é a nova variante, embora a maioria dos casos que foram diagnosticados até agora tenham sido leves. Isso poderia ser tranquilizador, mas se a Ômicron se espalhar mais facilmente do que a Delta e as variantes anteriores, se fugir da proteção gerada pelas vacinas e por infecções anteriores e acabar infectando mais pessoas, isso pode significar que mais pessoas acabam sendo hospitalizadas ou morrem.

    “O que agora sabemos sobre a Ômicron é que […] está se espalhando a uma taxa fenomenal, algo que nunca vimos antes. Está dobrando a cada dois ou três dias as infecções”, disse o secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javic, à Sky News inglesa na segunda-feira.

    “Isso significa que estamos enfrentando uma nova maré de infecções. Estamos mais uma vez em uma corrida entre a vacina e o vírus”, complementou.

    Um novo estudo divulgado na segunda-feira por pesquisadores da Universidade de Oxford acrescenta evidências de que duas das principais vacinas contra a Covid-19 – a vacina AstraZeneca, usada amplamente no Reino Unido e ao redor do mundo, mas não nos EUA, e a da Pfizer/BioNTech, usada amplamente nos EUA, Europa e em outros lugares – não protegerá tão bem as pessoas contra a variante Ômicron.

    “Nossos resultados mostram que a eficácia da vacina contra a forma sintomática da doença da variante Ômicron é significativamente menor do que com a variante Delta”, escreveram os pesquisadores.

    Infectando os vacinados e aqueles com dose de reforço

    Vários relatórios indicam que pelo menos alguns dos infectados pela Ômicron foram totalmente vacinados e fizeram a dose de reforço, e os testes feitos em amostras de sangue de pessoas vacinadas e com a dose extra indicam a mesma coisa.

    O que isso pode significar é que a vacinação e, especialmente, as doses de reforço fornecem boa proteção contra a forma grave da variante Ômicron, dizem os médicos – embora seja muito cedo para ter certeza. Autoridades de saúde observam que muitos dos primeiros casos foram observados entre viajantes e pessoas que podem estar com boa saúde e que podem tomar outras precauções.

    Os modeladores de doenças da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres divulgaram, no sábado, um relatório onde projetam que as infecções na Inglaterra passam do pico do inverno passado em termos de números diários. Eles escreveram em um artigo “pre-print” postado online que isso pode se traduzir em duas vezes o número de internações hospitalares diárias, como visto no ano passado.

    O que é realmente incerto é o que a Ômicron fará com as pessoas mais vulneráveis, que provavelmente não estarão entre as primeiras infectadas, mas que irão ver o vírus chegar até elas. Isso pode incluir idosos, pessoas com vários níveis de comprometimento imunológico e aquelas com doenças preexistentes.

    Procurando o suscetível

    “Esse vírus acabará por procurar e pousar nas pessoas que não mais suscetíveis, e essas são as que não foram ainda vacinadas, e também aquelas que não fizeram a dose de reforço. Não é uma questão de se. É uma questão de quando”, disse o especialista em medicina interna de Los Angeles, Dr. Jorge Rodriguez.

    “Números altos ainda podem significar muitas pessoas hospitalizadas”, disse à CNN a Dra. Crystal Watson, associada sênior do Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária.

    Emobra apenas alguns casos tenham sido identificados nos Estados Unidos até agora, há poucos motivos para pensar que ela não se espalhará pelo país como ocorreu em outros lugares.

    Autoridades de Houston disseram na semana passada que a variante Ômicron foi detectada em águas residuais de lá, embora ainda não tenha aparecido em testes de pessoas diagnosticadas com o vírus. Isso pode indicar disseminação comunitária silenciosa – algo que não seria surpreendente para uma variante que causa sintomas leves ou nenhum sintoma. A WFTV reportou descobertas semelhantes no centro da Flórida, mas citou o prefeito da cidade de Altamonte Springs, Frank Martz, dizendo que a detecção de qualquer material genético do vírus indicava que mais de uma pessoa na área estava infectada com a variante.

    Mesmo se a Ômicron não adicionar à propagação, a variante Delte combinada com uma população não-vacinada está causando muitos danos.

    Os EUA ultrapassaram 50 milhões de casos de infecção por coronavírus na segunda-feira e está se aproximando rapidamente de 800 mil mortes.

    Os CEOs de vários sistemas de saúde em Minnesota assinaram um anúncio de página inteira em um jornal implorando para que as pessoas sejam vacinadas.

    “Nossos departamentos de emergência estão superlotados e temos pacientes em todos os leitos de nossos hospitais”, diz o anúncio. “Seu acesso aos cuidados de saúde está sendo seriamente ameaçado pela Covid-19. Precisamos impedir que se espalhe!”.

    O anúncio incentiva as pessoas a se vacinarem e fazerem as doses de reforço, a usarem máscaras e a fazerem o teste para detectar o vírus.

    * Com informações de Jamie Gumbrecht, Naomi Thomas e Robert Iddiols, da CNN

    Matéria traduzida. Leia a original aqui.

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