Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Variante Delta já chegou a todos os 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal

    Até a última quinta-feira, ainda não havia registros da linhagem no Acre e em Roraima

    Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizam o diagnóstico do novo coronavírus
    Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizam o diagnóstico do novo coronavírus Josué Damacena/IOC/Fiocruz

    Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    A variante Delta do coronavírus já chegou a todos os 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal. Os dois últimos estados em que a linhagem originária da Índia ainda não tinha sido confirmada eram Acre e Roraima, ambos na Região Norte do país. A informação foi confirmada pela Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

    De acordo com o grupo, que trabalha a partir de dados depositados na plataforma internacional de vigilância genômica Gisaid, a Delta representa 62.4% das amostras sequenciadas no país durante o mês de agosto. A Gama (P.1), de Manaus e prevalente no país até a chegada da Delta, soma 34,8% dos genomas analisados no período.

    Coordenadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a pesquisadora Marilda Siqueira destaca que os dados podem não refletir uma realidade exata da enfrentada pelo país. No entanto, ela reforça que o mais importante é que todos saibam que a Delta circula em todos estados e regiões do Brasil e, a partir disto, cidadãos e autoridades tomem providências.

    “Nós trabalhamos com informação em saúde, que serve como base para tomada de decisões e preparação do sistema para lidar com a realidade. Informações que fundamentam escolhas. Hoje podemos ter em alguns lugares amostras direcionadas, ou seja, não sequenciadas de maneira aleatória, com ênfase no sequenciamento da variante Delta. Os protocolos podem variar de acordo com os estados, mas a Delta chegou a todos os lugares”, pondera.

    Apesar da disseminação veloz apresentada pela linhagem originária da Índia no Brasil, a cientista entende que o avanço da campanha de imunização tem evitado danos maiores em todos os estados.

    “Temos um cenário epidemiológico que pode ser favorável para que o impacto de entrada da Delta em vários estados seja seguido por um impacto negativo na mortalidade. É o que a gente espera, devido às altas, mas em um momento de alta cobertura vacinal de grupos mais idosos, assim como dos imunossuprimidos e diabéticos. Quase todos estão com a segunda dose ou dose única aplicada”, conclui a pesquisadora.

    Vacinação no Rio de Janeiro

    Estado onde a prevalência da Delta se aproxima de 90%, o Rio de Janeiro começa a aplicar nesta segunda-feira (13) a terceira dose para idosos maiores de 95 anos na capital. Essa etapa da vacinação é destinada àqueles idosos que receberam a segunda dose ou aplicação única há pelo menos três meses.

    A imunização segue regular para primeira dose de pessoas com deficiência a partir de 12 anos, além de gestantes, puérperas e lactantes. Isto porque o calendário regular de vacinação para adolescentes, por idade, está interrompido na cidade por falta do imunizante da Pfizer, o único autorizado até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este público.

    A expectativa do município é que esse calendário seja retomado na quarta-feira (15), depois de o Ministério da Saúde entregar novas doses. Neste caso, o processo seria retomado com a imunização de meninas de 14 anos. No dia seguinte seria a vez dos meninos da mesma idade.