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    Vale medida austera para Réveillon mesmo sem Ômicron, diz Jean Gorinchteyn

    À CNN, o secretário de Saúde de São Paulo disse que o estado não vai interferir na "autonomia" das prefeituras, mas recomendou cautela para gestores e população em geral

    Giovanna GalvaniBianca CamargoJorge Fernando Rodriguesda CNN , em São Paulo

    O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, defendeu em entrevista à CNN nesta segunda-feira (29) que as prefeituras ainda considerem medidas “austeras” em relação à realização de eventos de Réveillon, independente da presença ou não da variante Ômicron no Brasil.

    “As prefeituras, que têm autonomia para o Réveillon, precisam estar atentas porque [as festas] são momentos de aglomeração em que a observância às regras sanitárias nem sempre acaba acontecendo”, disse.

    “Vale a pena uma medida austera das prefeituras a reavaliar, ao menos neste momento, o Réveillon, independente de termos ou não cepas mutantes”.

    O secretário de Saúde afirmou que o estado não irá “interferir na autonomia dos municípios”, mas observou que, de qualquer forma, as pessoas costumam se reunir em festas particulares para celebrar a virada do ano.

    Gorinchteyn pediu atenção e “bom senso”, já que, para ele, ainda é necessário vacinar mais pessoas contra a Covid-19 neste momento.

    “Em São Paulo, 75% da população está com imunização completa, em todas as faixas etárias. Acima de 18 anos, temos 94% da população totalmente vacinada. Mas temos 4 milhões e 300 mil faltosos, especialmente entre 12 e 29 anos, [uma faixa etária] que sai, vai para festas e baladas e acaba fazendo circular o vírus”, disse.

    “Estamos implementando campanhas, e teremos olhar de atenção aos índices de vacinação para definir a realização de eventos que aglomerem mais pessoas e podem encontrar pessoas não idealmente protegidas e imunizadas”, acrescentou.

    Variante Ômicron

    Jean Gorinchteyn definiu o momento atual de São Paulo com a variante Ômicron do coronavírus como uma situação de “atenção”, e não de “preocupação” – classificação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para definir os potenciais da nova cepa do vírus em escala global.

    Para o secretário, é preciso conhecer melhor a variante e avaliar o impacto dela nos seis países do sul da África que tiveram mais casos da doença com essas mutações até o momento.

    “O que temos de informação é que, a despeito de tudo, na maioria dos casos [a Ômicron] é promotora de casos leves e sintomas brandos, e que a virulência não foi tão impactante mesmo encontrando uma população vulnerável”, disse. “Por outro lado, o perfil de disseminação foi maior”.

    O secretário complementou que o Brasil “não tem sequer um caso documentado” até o momento, e que a suspeita analisada em São Paulo foi levantada após o viajante fazer o teste da Covid-19 por contra própria ao retornar, no sábado (27), da África do Sul.

    O exame RT-PCR realizado pelo passageiro antes de embarcar havia dado negativo, e ele estava assintomático, disse Gorinchteyn.

    “Estamos atentos de forma milimétrica, diária a todos os índices e às informações da Ômicron”, declarou.

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