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    Estudos pré-clínico de vacinas desenvolvidas no Rio devem terminar ainda em 2021

    Três dos 18 imunizantes em pesquisa no Brasil são do RJ

    Foto: Divulgação/UFRJ

    Beatriz Puente*, da CNN, no Rio de Janeiro

    Das 18 vacinas contra a Covid-19 que estão sendo desenvolvidas no Brasil, três são no Rio de Janeiro. Uma delas é a UFRJ-Vac, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está com dois projetos próprios em desenvolvimento, que não envolvem a vacina de Oxford/Astrazeneca. Todos os imunizantes estão em estágio pré-clínico, ou seja, em fase de testes em animais.

    Uma das vacinas de Bio-Manguinhos é chamada de sintética e tem como base pequenas partes de proteínas do vírus para induzir a produção de anticorpos através da ativação das células T, conhecidas como células imunológicas.

    O outro imunizante em desenvolvimento pela Fiocruz é o de subunidade. Nele, são utilizadas proteínas recombinantes ou fragmentos de antígenos, que testam a principal proteína de ligação do vírus, e geram anticorpos contra a Covid-19.

    Depois da conclusão dos estudos com animais, o Instituto partirá para a fase dos estudos clínicos de fases I, II e III. A Fiocruz informou à CNN que, mesmo em processo acelerado de desenvolvimento tecnológico e, obtendo resultados positivos em todas as etapas futuras, a vacina de BioManguinhos/Fiocruz só chegará ao registro após 2022.

    Já na UFRJ, o andamento das pesquisas depende, principalmente, de financiamento. Os testes da vacina estão em fase avançada de estudos pré-clínicos e o objetivo do laboratório é concluir essa etapa em meados de outubro. A UFRJ-Vac foi financiada com R$ 2 milhões de um fundo internacional para pesquisas de combate à Covid-19 e, segundo a coordenadora Leda Castilho, esse valor só cobre a etapa de testes pré-clínicos.

    Com o fim dos experimentos em animais, o laboratório da Coppe/UFRJ precisa apresentar os resultados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pedir autorização para realizar os testes clínicos, em humanos. A ideia é que essa etapa também comece no 2º semestre deste ano.

    Além do custeio direto da pesquisa sobre a vacina, a redução drástica do orçamento das universidades federais é mais uma ameaça para a continuidade dos estudos. No início de maio, a CNN mostrou que o orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro terá R$ 87 milhões a menos do que em 2020 para as despesas básicas, como luz, água e infraestrutura.

    A UFRJ corre risco de interromper as atividades no segundo semestre do ano, período crucial para o andamento das pesquisas com a UFRJ-Vac.

    Com a UFRJ, são pelo menos cinco universidades federais em todo o Brasil que estão com projetos de imunizantes contra a Covid-19. A Universidade de São Paulo (USP) pesquisa a vacina chamada Versamunne, em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP).

    Em Minas Gerais, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo a Spintec e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) está em uma pesquisa com o Instituto do Coração. Já a vacina feita na Universidade Federal do Paraná deve começar a ser testada em humanos em no ano que vem.

    Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, apenas duas vacinas brasileiras estão sob análise para entrada na fase de testes clínicos, que envolve a avaliação em seres humanos: a Butanvac, do Butantan, e a Versamunne, desenvolvida por parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e a USP com tecnologia americana.

    *Sob supervisão de Helena Vieira.