Vacinação contra a gripe começa nesta segunda
São Paulo montou tendas nas áreas externas das Unidades Básicas de Saúde para evitar aglomeração de pessoas; vacinação ocorre em todo o país
Com início nesta segunda-feira (23), a campanha de vacinação contra a gripe na cidade de São Paulo terá a presença de médicos nos postos de aplicação. Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a medida também funcionará como uma espécie de “triagem” para identificar possíveis casos suspeitos do novo coronavírus.
A campanha nacional de vacinação contra influenza e H1N1 foi adiantada em todo o país – a previsão inicial era realizar a imunização em abril – pelo Ministério da Saúde.
Apesar de não trazer imunidade em relação ao coronavirus, a vacinação irá ajudar a definir de maneira mais direta os motivos de sintomas. Já sabendo as imunidades, órgãos de saúde terão agilidade em definir o tipo da doença.
“Na medida que você imuniza grande parte da população, idosos principalmente, você evita que ele fique gripado, tenha que procurar hospital e tenha risco de contrair o coronavírus. Se a pessoa apresentar algum quadro, ajuda também na avaliação clínica feita pelos nossos médicos”, disse o secretário à CNN.
A vacina cobre 80% dos virus da gripe, segundo o Ministério da Saúde. A primeira fase da campanha é voltada para idosos e profissionais de saúde.
A aplicação será realizada preferencialmente nas áreas externas da UBSs, nas quais serão instaladas tendas. O objetivo é diminuir a circulação de pessoas dentro da unidades e também, dar preferência para ambientes mais ventilados e com menos aglomeração, para evitar a propagação da covid-19. “A orientação é que se vá até a unidade (para tomar a vacina) e (em seguida) volte para casa”, disse Aparecido.

A vacinação ocorrerá nas 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital paulista, além de conjuntos habitacionais, escolas municipais das zonas leste e sul, asilos e casas de acolhimento de idosos. Segundo Aparecido, pessoas acamadas poderão receber a equipe da Saúde em casa. Em todo o Estado, estão previstos outros 600 postos de vacinação.
Ao lado de Aparecido, o prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou que 450 escolas municipais que estão sem aulas serão utilizadas na campanha de vacinação, especialmente por terem grande espaços externos que ajudam a evitar a aglomeração de pessoas.
“A ideia nessa primeira etapa da campanha é vacinar 1,8 milhão de pessoas na cidade de São Paulo e vamos chegar nas outras etapas da campanha a 90% das pessoas vacinadas aqui na cidade de São Paulo”, disse o prefeito.
“Começamos hoje [segunda-feira] nas 469 UBS da cidade. A vacinação vai das 7h às 19h, de segunda às sexta-feira. E, aos finais de semana, [a vacinação continua] nas AMAS”, explicou Covas.
Divisão
Acelerada pela pandemia, a campanha de vacinação contará com 2 mil estudantes do 5.º ano da área de Saúde, que foram convocados a participar das equipes. A vacinação é uma das formas de facilitar o diagnóstico dos casos suspeitos do novo coronavírus, pois a gripe e a covid-19 têm sintomas semelhantes. Apesar disso, a doença não é uma gripe e se assemelha a uma pneumonia.
Nessa primeira etapa, serão vacinados idosos e trabalhadores da área da saúde. A segunda fase, a partir de 16 de abril, está voltada para doentes crônicos, professores (rede pública e privada) e profissionais das forças de segurança e salvamento. Uma terceira, a partir de 9 de maio (dia “D” mobilização nacional), incluirá crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (que está até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, além da população privada de liberdade.
Vacinação nacional
A vacinação contra a gripe foi adiantada em todo o território nacional pelo Ministério da Saúde para diminuir a quantidade de pessoas com gripe durante o inverno.
Ao anunciar a decisão no fim de fevereiro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que apesar dessa vacina não apresentar eficácia contra o novo coronavírus, ela é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem a influenza na triagem e acelerarem o diagnóstico para a nova doença.
“As influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus e a campanha nacional de vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, explicou, na época, o ministro.
Segundo o governo, o Insitututo Butantan produziu 75 milhões de doses para essa campanha que previne contra os três tipos de vírus de influenza que mais circularam no ano anterior.
(Com informações do Estadão Conteúdo)