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    Vacina contra poliomielite: veja como funciona e quando tomar

    A imunização é a única forma de prevenção contra a doença que pode causar paralisia infantil; campanha nacional acontece entre maio e junho deste ano

    A vacina contra poliomielite é a única forma de prevenção contra a doença
    A vacina contra poliomielite é a única forma de prevenção contra a doença Karl Tapales/GettyImages

    Gabriela Maraccinida CNN

    A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite 2024 acontecerá entre os dias 27 de maio e 14 de junho em todo o país. O movimento tem como objetivo conter o risco de reintrodução da doença no território brasileiro.

    A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas. Em casos graves, pode levar à paralisia infantil. A vacina contra poliomielite é a única forma de prevenção da doença e a cobertura vacinal vem apresentando resultados abaixo da meta (95%) desde 2016, segundo o Ministério da Saúde.

    A seguir, entenda como funciona a vacina contra poliomielite e como é feito o esquema atual de imunização.

    Tipos de vacina contra poliomielite

    Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite: a VOP (Vacina Oral Poliomielite), que contém o vírus enfraquecido e é administrada por gotinhas, e a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), que contém o vírus inativado (morto) e é administrada via intramuscular.

    Em julho do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que irá substituir gradualmente a VOP pela VIP a partir de 2024. A decisão foi tomada após discussão e aprovação da CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização), que considerou as evidências científicas recentes para proteção contra a doença.

    Como é feito o esquema de dose atualmente e como será feito após a transição?

    Até que a transição da VOP para a VIP seja finalizada — a previsão é que isso aconteça no segundo semestre de 2024 — o esquema de vacinação é feito da seguinte forma, segundo o PNI (Programa Nacional de Imunizações):

    • Vacina VIP: três doses no primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses de idade);
    • Vacina VOP: doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos de idade, além das campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.

    Após a transição, a vacina VIP será usada exclusivamente para a imunização contra a poliomielite. Com isso, não será mais administrado um reforço contra a pólio aos 4 anos. Desta forma, o esquema oferecido pelo PNI será de três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e apenas um reforço aos 15 meses de idade, com a VIP.

    Apesar do fim do uso da VOP, o Zé Gotinha, símbolo da imunização infantil, permanecerá participando das campanhas do governo.

    Cuidados para a vacinação

    De acordo com as recomendações da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a vacinação com qualquer uma das vacinas não deve ser realizada em crianças com febre moderada a alta (acima de 38 ºC). A orientação é adiar a imunização até que a melhora do quadro clínico.

    Qualquer sintoma grave ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que aplicou a vacina. No caso da vacina VOP, caso haja diarreia ou vômitos, a recomendação é adiar a vacinação ou repetir a dose após quatro semanas. Também é aconselhável interromper a amamentação por uma hora antes e depois da administração da vacina.

    Quais são as contraindicações?

    A VOP é contraindicada para gestantes, pessoas que sofreram anafilaxia após o uso de componentes da fórmula (antibióticos neomicina, polimixina e estreptomicina), pessoas que desenvolveram pólio vacinal após dose anterior, pessoas com deficiência do sistema imunológico, pessoas com HIV e pessoas que convivem com imunossuprimidos.

    Já a VIP é contraindicada apenas a quem tem história de anafilaxia à dose anterior da vacina ou a algum de seus componentes.

    A vacina da poliomielite causa efeitos colaterais?

    A vacina VOP, por conter o vírus vivo, embora enfraquecido, pode causar efeitos colaterais adversos, como:

    • Poliomielite associada à vacina: quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Isso pode acontecer de quatro a 40 dias após a vacinação. A taxa de incidência é de um caso para cada 3,2 milhões de doses aplicadas, segundo a SBIm;
    • Meningite asséptica e encefalite: é um efeito colateral considerado muito raro e com maior risco para crianças imunodeficientes;
    • Reações de alergia: são raras e relacionadas aos componentes da vacina;
    • Poliomielite por vírus derivado da vacina: ocorre devido à instabilidade genética do vírus da vacina ou pela combinação do material genético do vírus vacinal com outros vírus que vivem no intestino. Até o final de 2013, nenhum VDPV foi identificado no Brasil.

    No caso da VIP, os efeitos adversos podem incluir eritema (reação inflamatória) discreto no local onde a vacina foi aplicada, endurecimento da região e dor leve. São raros os casos de febre após a vacinação.

    Onde encontrar a vacina contra poliomielite?

    As vacinas contra a poliomielite podem ser encontradas nas Unidades Básicas de Saúde e nos serviços privados de imunização.

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