Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Vacina contra Covid-19 produzida na Argentina custará até US$ 4 por dose

    Medicamento será feito pela empresa argentina de biotecnologia mAbxience e distribuído para toda a América Latina, exceto para o Brasil, no começo de 2021

    Possível vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford
    Possível vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford Foto: Sean Elias - 04.abr.2020 / Divulgação / Reuters

    Ivan Perez Sarmenti, da CNN

    “Planejamos ter os primeiros lotes em fevereiro ou março”. Essa é a época provável para a chegada da possível vacina contra a Covid-19 que a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca produzirão na Argentina para a América Latina.

    A declaração foi dada na quinta-feira (13) à CNN Radio por Esteban Corley, diretor da mAbxience, empresa argentina de biotecnologia que produzirá o princípio ativo da vacina. “Depois de ser produzido no país, o princípio ativo irá para o México, para ser formulado e embalado em seringas”, acrescentou.

    De acordo com Corley, estarão disponíveis “cerca de 250 milhões de doses em uma primeira etapa”. Elas serão distribuídas por toda a América Latina, exceto para o Brasil que tem outros acordos de produção de vacinas.

    A Fundación Slim, do magnata mexicano das telecomunicações Carlos Slim, também participa do projeto. Graças ao seu financiamento, a vacina terá “preços mais razoáveis”, entre US$ 3 (R$ 16) e US$ 4 (R$ 21), explicou o presidente da Argentina Alberto Fernández. 

    Assista e leia também:
    Argentina estende quarentena até o fim de agosto
    Argentina e México fecham acordo para produzir vacina de Oxford contra Covid-19
    Datafolha: 89% querem se vacinar contra Covid-19

    “É um preço muito diferente do que dizem outros fabricantes”, disse o ministro da Saúde argentino, Ginés González García, que acrescentou: “Isso nos dá maior acessibilidade, especialmente em um país onde existem dificuldades econômicas”.

    Apesar de os anúncios terem sido feitos pelos governos da Argentina e do México, tanto o desenvolvimento quanto o financiamento são conduzidos pelo setor privado. E é preciso considerar o risco de a vacina não funcionar ao final dos testes.

    “Para não esperar até o final dos testes [para então começar a produção], a AstraZeneca pediu às empresas que trabalhassem com risco: ou seja, se a vacina for aprovada, será vendida; se não for, o que foi fabricado será jogado fora”, explicou Hugo Sigman, proprietário do Grupo Insud, ao qual a mAbxience pertence, em entrevista à Rádio Mitre da Argentina.

    A vacina já passou pelas Fases 1 e 2 de testes e já entrou na Fase 3, que avalia sua eficácia contra o vírus Sars Cov-2 e contempla a inoculação em milhares de pessoas em diversos países.

    “A imunidade com uma dose, segundo um estudo internacional, foi detectada em 91% das pessoas e isso é muito alto; já com uma segunda dose, no segundo mês, 100% foi alcançado”, explicou o ministro da Saúde da Argentina.

    Assista e leia também:
    Vacina de Oxford é quase 100% eficaz com duas doses, diz presidente da Fiocruz
    Anvisa aprova dose de reforço em teste da vacina de Oxford contra Covid-19

    Ao produzi-la dentro dos países, a América Latina terá “a vacina ao mesmo tempo que os países centrais”, acrescentou Sigman, do Grupo Insud.

    O presidente da Argentina fez uma declaração parecida: na quarta-feira (12), ele disse que, graças a este acordo, a Argentina vai antecipar seu acesso à vacina em um período “entre seis e doze meses”.

    O governo argentino argumentou que os primeiros a receber a dose serão aqueles que compõem a população de risco: pessoas com mais de 60 anos com fatores de risco, pessoal de saúde e das forças de segurança.

    Além dessa produção inicial de 250 milhões de doses, a mAbxience esclareceu que “caso seja necessário, a capacidade de produção será ampliada para que se possa atender a demanda”.

    Embora o presidente frise que a vacina da Oxford “está adiantada na fase clínica” em relação às demais desenvolvidas no mundo contra o novo coronavírus, o governo argentino esclareceu que essa “não é a única negociação, nem a única alternativa”.

    O ministro da Saúde disse que a Argentina continua a “conversar com outros fornecedores” para garantir “a vacina mais eficaz”. Por isso, negocia também outros estudos, como o da farmacêutica CanSino com a unidade militar de pesquisa da China, e da BioNTech com a Pfizer, que já está fazendo testes clínicos no país.

    “É um grande alívio para o futuro. Não é uma solução para o presente – no presente continuamos a enfrentar os mesmos problemas”, afirmou o presidente Fernández durante a apresentação do acordo, referindo-se ao crescimento do número de infectados e mortos por Covid-19 no país.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler ou original em espanhol).