Vacina nacional contra a Covid-19 começa a ser testada em voluntários em Minas Gerais
Aplicação do primeiro imunizante contra a Covid-19 com tecnologia e insumos totalmente nacionais acontece na sexta-feira (25)
A aplicação do primeiro imunizante contra a Covid-19 desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais e financiada por instituições brasileiras, começa nesta sexta-feira (25) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na quinta-feira (17), foi aberto o cadastro para pessoas interessadas em serem voluntárias das fases 1 de 2 dos testes clínicos da SpiN-Tec MCTI UFMG.
Em relação à fase 1, que reunirá 72 voluntários, os critérios para participar do recrutamento são ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, não ter tido Covid-19, ter recebido as duas doses iniciais da vacina Coronavac e uma dose de reforço da Pfizer (há pelo menos nove meses), residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, no caso das mulheres, não estar grávida ou amamentando.
Para a fase 2, que contará com 360 voluntários, os critérios são ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, ter recebido as duas doses iniciais da vacina Coronavac ou da AstraZeneca e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca, residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, para as mulheres, não estar grávida ou em fase de amamentação. O fato de já ter contraído Covid-19 não impede a pessoa de se habilitar para a segunda fase dos testes.
Os interessados podem fazer o cadastro pela internet. Uma vez inscritos, eles passarão por triagem para a seleção de voluntários e serão submetidos a avaliações clínicas e laboratoriais, conduzidas pelo CTVacinas e pela Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac), instalada na Faculdade de Medicina da UFMG.
Desenvolvimento
Nos testes pré-clínicos, a vacina não gerou efeitos colaterais adversos e demonstrou a capacidade de produção de anticorpos. Os exames comprovaram também que a dose é eficaz contra diferentes variantes do vírus, mostrando que houve proteção tanto para os casos de Covid-19 grave quanto nos quadros moderados.
Em média, uma vacina demora de 20 a 30 anos para ser desenvolvida, mas a pandemia abreviou esse processo. O desenvolvimento da SpiN-TEC tem sido muito rápido, já que os estudos começaram em novembro de 2020.
A SpiN-TEC poderá ser a primeira vacina humana totalmente desenvolvida no Brasil. Para a universidade, essa conquista deixa um legado para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças.
O estudo é financiado pela UFMG, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Prefeitura de Belo Horizonte. A previsão é que a dose seja aplicada na população a partir do ano de 2025.
Nesta sexta-feira (25), estarão presentes para o início das aplicações a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Cesar Rezende de Carvalho Alvim, e o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, além da equipe do Centro de Tecnologias de Vacinas da UFMG (CTVacinas), que conduz os estudos do imunizante, e do grupo responsável pelos testes clínicos da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da UFMG.