USP investiga impactos da Covid-19 no cérebro
Pesquisadora Patricia Beltrão Braga explicou que grupo pesquisa por que há pessoas que recuperam paladar e olfato mais rápido do que outras
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) investiga quais são os impactos da Covid-19 no cérebro de quem foi infectado pela doença. Os experimentos são feitos com os chamados minicérebros, que foram essenciais na identificação do vírus zika como causador da microcefalia.
Em entrevista à CNN, a professora da USP e pesquisadora Patricia Beltrão Braga explicou que o grupo de estudo pretende descobrir o motivo de pacientes apresentarem danos neurológicos, como distúrbios motores, confusão mental, perda de paladar e olfato.
Entre os principais pontos a serem esclarecidos, ela disse que estão as diferentes manifestações das sequelas em recuperados da Covid-19.
“A gente não consegue explicar por que em algumas pessoas, por exemplo, o paladar e o olfato voltam em até três semanas e, em outras, demora até quatro meses ou até um ano”, afirmou Patricia.
“Nosso grupo tem estudado quais são os efeitos no sistema nervoso do coronavírus e dessas várias cepas que estão circulando no Brasil.”
Segundo a pesquisadora, a investigação de particularidades que o coronavírus causa no corpo humano pode ajudar a entender porque há pessoas que desenvolvem, durante a infecção, sintomas muito mais exacerbados e graves do que outras.
“Além do sistema nervoso, há indivíduos que têm alterações vasculares, como trombose, o que é muito grave. E há outros sintomas que podem aparecer causados em função da própria resposta imune que cada um de nós vai fazer porque isso tem relação com a nossa genética. Cada um de nós tem uma genética e vai responder a um determinados patógenos de maneira diferente”, explicou.
(*supervisionado por Elis Franco)
(Publicado por Sinara Peixoto)