
Uso de metanfetamina teve “boom” entre homens gays na pandemia, diz especialista
À CNN Rádio, o médico infectologista Rico Vasconcelos explicou que a utilização da droga para melhorar a experiência sexual acaba muitas vezes em dependência


O uso da metanfetamina teve “boom entre homens gays na pandemia de Covid-19″, afirmou o médico infectologista Rico Vasconcelos, em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural+.
“Não temos números sólidos, mas uma coisa fácil de perceber que aumentou o uso é ver os consultórios de psiquiatras e infectologistas enchendo de pessoas com transtornos pela droga”, disse.
De acordo com o especialista, a escalada de casos de dependência tem relação com a falta de convívio pessoal durante o isolamento da pandemia.
“Sem locais de socialização abertos, muitas pessoas acabaram começando ou aumentando o uso de substâncias psicoativas.”
Vasconcelos conta que uma parte da população de homens gays e bissexuais usa substâncias como a metanfetamina como estimulante sexual, na prática chamada de “chemsex”.
“As pessoas começam com esse objetivo de melhorar a performance sexual, mas se tornam dependentes.”
Dessa forma, os usuários passam a ter prejuízos na vida pessoal e de saúde.
“Essa população se acostuma a fazer sexo sem capacidade de gerenciar vulnerabilidade a infecções sexualmente transmissíveis, como o uso de preservativo.”
O tratamento, segundo o médico, é “complexo e individualizado”: “Ele passa por acompanhamento com psiquiatra, uso de medicamentos para conter a fissura, e psicoterápico para ressignificar o sexo e em alguns casos a internação pode ser opção”.