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    Unhas em gel: o perigo da técnica que promete “mais praticidade”

    Entre problemas mais comuns estão enfraquecimento da unha, infecções e reações alérgicas

    Priscila Carvalhocolaboração para a CNN

    Os procedimentos de alongamento, como as unhas de gel, têm ganhado cada vez mais espaço entre mulheres que buscam praticidade. No entanto, especialistas alertam que, apesar de atenderem à pressão estética por mãos sempre bem cuidadas, esses tratamentos podem causar danos à saúde das unhas naturais, especialmente quando os cuidados necessários são negligenciados.

    Entre os problemas mais comuns estão:

    • enfraquecimento da unha original;
    • infecções; e
    • reações alérgicas.

     

    A busca por uma aparência perfeita, aliada à falta de informações sobre os riscos, tem levado muitas mulheres a optarem por essas intervenções sem considerar o impacto a longo prazo. Conhecer os cuidados indicados e as contraindicações é essencial para quem deseja evitar complicações futuras.

    Perigos e prevenção

    De acordo com o dermatologista Mario Cezar Pires, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), as unhas de gel podem ser prejudiciais por diversos motivos.

    “A colonização bacteriana é maior nas unhas artificiais, o que eleva o risco de infecções e compromete a higiene. Além disso, o processo pode causar microtraumas que enfraquecem a unha natural, aumentando a ocorrência de micoses e alergias aos componentes usados”, explica.

    Além disso, existe um questionamento científico acerca da ligação entre o uso da luz ultravioleta para secagem das unhas de gel e o risco de câncer de pele, algo que a comunidade científica ainda não conseguiu responder. “Estudos futuros poderão esclarecer melhor essa dúvida”, defende o médico.

    Já a dermatologista Silvia Quaggio, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), destaca a necessidade de o procedimento ser realizado por profissionais qualificados.

    “Se a lâmina ungueal for agredida durante o processo, o dano pode ser significativo. Além disso, a exposição aos raios UV durante a secagem exige proteção. Usar protetor solar no dorso das mãos é uma recomendação básica para minimizar danos”, orienta.

    Cutículas e esmaltação

    No Brasil, retirar a cutícula é um hábito comum, mas especialistas advertem que esse procedimento pode enfraquecer as unhas. “A cutícula é a última camada de proteção. Ao retirá-la, a unha tende a ficar mais frágil e quebradiça”, esclarece Pires.

    Para pessoas com unhas frágeis, o ideal é suavizar a cutícula sem removê-la, usando técnicas simples como amolecer a pele durante o banho e empurrá-la delicadamente.

    Quanto à frequência da esmaltação, os especialistas concordam que o uso contínuo pode levar ao enfraquecimento da unha, especialmente quando não há intervalos para a unha natural “respirar”.

    Quaggio recomenda que, após períodos de uso intenso de esmaltes, as unhas fiquem sem produtos por até dois meses para restaurar cor e saúde natural.

    Quando evitar?

    Certos grupos precisam ter atenção redobrada com esses procedimentos. Pires alerta que pessoas com diabetes, hipotireoidismo, anemia e imunossupressão devem evitar alongamentos devido ao maior risco de infecções. Além disso, quem tem histórico de alergias, como indivíduos atópicos, devem ser cautelosos.

    Por fim, para quem busca uma solução sem riscos, os médicos recomendam optar por procedimentos menos invasivos e procurar sempre profissionais bem capacitados.

    “O ideal é realizar a manutenção a cada 15 a 20 dias e variar a cor dos esmaltes para evitar pigmentações indesejadas”, conclui Quaggio.