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    Uma pessoa pode pegar dengue até quatro vezes na vida, alerta infectologista

    À CNN Rádio, Melissa Falcão afirmou que o papel individual de cada cidadão é importante para conter o aumento de casos no Brasil

    Amanda Garciada CNN , São Paulo

    Em meio ao aumento dos casos de dengue no Brasil, a infectologista Melissa Falcão destacou que uma pessoa pode pegar a doença até quatro vezes na vida.

    Em entrevista à CNN Rádio, ela explicou que a dengue é endêmica no país. “Os casos começam a aumentar em novembro e continuam subindo até o final do maio, quando começam a cair. Temos quatro sorotipos de dengue circulando, o que significa que podemos ter a doença até quatro vezes.”

    “Diante do tamanho da população do Brasil, é um número muito grande que a dengue pode acometer, e por isso ela fica indo e voltando”, completou.

    De acordo com o Ministério da Saúde, o centro-oeste lidera com mais de 855 mil casos prováveis da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

    Se comparado com o mesmo período de 2021, por exemplo, o centro-oeste registrou aumento de 165% no número de casos registrados.

    O estado de São Paulo registra mais casos e mortes por dengue em 2022 do que em todo o ano passado. São 153,3 mil casos neste ano, com 119 mortes, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.

    Para Melissa, a causa dessa escalada nos números é uma somatória de fatores. “Tem a repercussão desse período da pandemia, passamos dois anos nos quais os agentes não tiveram reação enfática contra o Aedes, sem visitas domiciliares. O foco de combate ao mosquito ficou um pouco esquecido.”

    Além disso, ela cita o aumento cíclico da dengue, que costuma acontecer de cinco em cinco anos. O último surto aconteceu em 2019 e, portanto, em 2022 já há viés de alta.

    “Tivemos também um verão muito chuvoso, final e início do ano marcados por chuvas, seguidos por sol e calor, isso facilita a proliferação. Além da desigualdade social, precisando melhorar saneamento e disponibilidade de água”, disse.

    Segundo a infectologista, o “papel individual de cada um é muito importante” para combater o mosquito.

    “Não podemos cobrar somente do poder público, o primeiro ponto é cada um procurar focos de Aedes no seu domicílio, é lá que mora o perigo, ele voa baixo, até a cintura, e se esconde em lugares escuros, água atrás da geladeira, ar-condicionado, vaso de planta, recipientes de animais de estimação, tudo pode funcionar como foco.”

    “Pelo menos uma vez por semana devemos olhar toda a residência”, defendeu, também citando a importância do uso de repelentes.

    Melissa afirmou que o Ministério da Saúde atualizou os protocolos para tratamento da dengue e que ele é “muito bem estruturado”.

    “O tratamento é barato e eficaz, consiste basicamente em hidratação, a dengue é fácil de ser tratada, mas é importante o diagnóstico precoce”.

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