Um em cada cinco jovens fuma cigarro eletrônico, segundo pesquisa da UFPel
A venda do produto é proibida no Brasil desde 2009; a Anvisa está reunindo evidências técnicas e científicas sobre o dispositivo
Um em cada cinco jovens brasileiros fuma cigarro eletrônico, de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O dispositivo costuma funcionar com bateria, acionada para esquentar um líquido que geralmente contém nicotina, aromatizante e outros produtos químicos.
O cigarro eletrônico, também conhecido como “pod”, é mais popular entre os jovens de 18 a 24 anos. Para a coordenadora de prevenção e vigilância do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Liz Almeida, os jovens começam a usar o produto pelos mesmos motivos que as pessoas começavam a fumar cigarro no passado. “Se eu chego numa festa e as pessoas estão usando, para me enturmar eu vou usar também”, ela explicou.
Existe a falsa impressão de que o dispositivo é menos danoso à saúde, mas a médica explica que, no caso do cigarro eletrônico, o maior risco não está associado à nicotina e sim em aspirar outras substâncias presentes no aparelho, como determinados metais pesados.
“Isso pode provocar a Síndrome Respiratória Aguda Grave, em parte semelhante ao que acontece com a Covid-19, mas causada por uma queimadura química no pulmão provocada por metais pesados”, alertou Almeida.
Mesmo que a venda do produto seja proibida no Brasil desde 2009, é fácil encontrar cigarros eletrônicos sendo comercializados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está recolhendo evidências técnicas e científicas sobre o dispositivo e prorrogou o prazo para receber essas informações até o dia 10 de junho.